03 de Mai de 2024
Nos Estados Unidos, a descoberta de uma doença ocular grave, através da análise de uma fotografia, levou a família do pequeno Benjamin Webber, de seis anos, a criar a campanha "Know about the glow" - para reforçar a prevenção de doenças oculares, que podem ser fatais.

"Não é mera coincidência", diz o oftalmologista Dr. Renato Neves. "Principalmente, quando um dos olhos traz aquele brilho avermelhado tão comum às fotos com flashes e o outro tem um brilho amarelo ou esbranquiçado".

De acordo com o médico, casos como o de Benjamin são importantes para que a população se informe mais sobre doenças oculares silenciosas - principalmente em crianças - que podem progredir rápida e agressivamente. Seja através de fotos, seja em ambientes com baixa luminosidade, é possível detectar problemas a partir do brilho dos olhos.

"Um brilho diferente pode ser sinal de retinoblastoma - um tipo curável de câncer de retina -, como também de infecções congênitas como a toxoplasmose, malformações retinianas, presença de diferença de graus ou miopia e astigmatismo acentuados. Uma em cada 80 crianças apresentará esse tipo de brilho em um ou em ambos os olhos. O importante é saber que em 80% dos casos é possível tratar a doença e evitar a perda da visão. Como em consultas normais ao pediatra, por exemplo, é difícil detectar esse tipo específico de alteração nos olhos, a partir da luminosidade normal no consultório. É valiosa a contribuição dos pais para o sucesso do diagnóstico e tratamento", diz Neves.
 
O especialista alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma, doença que se manifesta no brilho dos olhos e pode causar cegueira quando não diagnosticada e tratada a tempo.

"Trata-se de um tipo de câncer que se desenvolve a partir das células da retina. Apesar de raro, pode levar à perda da visão ou ainda ser fatal. Quando diagnosticado precocemente é um câncer que pode ser destruído, preservando-se o olho tanto quanto possível. Em casos mais graves, a retirada do olho é uma das medidas tomadas para que a doença não evolua, se espalhando para outras partes do corpo. A participação dos pais no diagnóstico precoce dessa doença é fundamental, já que, geralmente, são os primeiros a notar algo estranho no olhinho da criança, através das fotografias".











Fonte: Opticanet