06 de Mai de 2024
Pesquisadores afirmam que a descoberta indica que uma disfunção nos "microvasos" que alimentam o cérebro tem um papel importante no desenvolvimento da senilidade

Os adultos de meia-idade, com anomalias nos pequenos vasos sanguíneos que alimentam a retina do olho, podem estar mais propensos a apresentar sinais de declínio mental, de acordo com resultados de um estudo. Pesquisadores afirmam que a descoberta indica que uma disfunção nos "microvasos" que alimentam o cérebro tem um papel importante no desenvolvimento da senilidade. Além disso, o resultado reforça a ideia de que a prevenção ou o tratamento de doenças nos principais vasos sanguíneos também podem fazer
diferença no risco de senilidade de uma pessoa, de acordo com a pesquisa publicada na Stroke: Journal of the American Heart Association.

"Isso inclui controlar a hipertensão e a diabete, parar de fumar e reduzir o colesterol", disse o principal autor do estudo, Tien Yin Wong, da Universidade Nacional de Cingapura.Em uma pesquisa recente, por exemplo, drogas que diminuem o colesterol demonstraram ser capazes de reduzir o risco de senilidade entre mulheres idosas com colesterol alto. De acordo com a equipe, existem provas científicas ligando o declínio mental a doenças como hipertensão e diabete, assim como ao fumo, e todos são fatores de risco de doença microvascular cerebral ou lesão nos minúsculos vasos que alimentam o cérebro.

Há, no entanto, menos evidências relacionando diretamente a doença microvascular ao prejuízo mental, apontaram os cientistas. As anomalias na microvasculatura da retina podem ser vistas de forma não invasiva, e acredita-se que elas podem refletir o que está acontecendo na "microcirculação" cerebral. Por isso, Wong e sua equipe analisaram se essa lesão, chamada de retinopatia, está associada ao funcionamento mental em
adultos de meia-idade. Eles descobriram que, entre mais de 8.700 homens e mulheres examinados, as notas em testes de memória e outras capacidades mentais foram inferiores entre aqueles com retinopatia. A associação ainda se manteve, independentemente dos participantes terem diabete, hipertensão ou outras enfermidades que poderiam afetar o risco de retinopatia ou disfunção mental."Verificamos que os sinais de doença microvascular retiniana estão independentemente associados a uma menor função cognitiva", disseram os pesquisadores.

"Verificamos que os sinais de doença microvascular retiniana estão independentemente associados a uma menor função cognitiva", disseram os pesquisadores. Eles ressaltaram, no entanto, que não se sabe se os sinais de lesão da retina "fornecem informações úteis e independentes" sobre o risco de uma pessoa desenvolver prejuízo mental. Por exemplo, "a retinopatia não é comum na população geral", explicaram os cientistas. E a disfunção na microvasculatura cerebral é difícil de ser detectada, a menos que uma complicação importante, como um derrame, indique sua existência.

Durante o estudo, os participantes foram examinados a cada três anos. A saúde da retina, avaliada quando eles tinham de 51 a 70 anos, foi comparada com as notas médias em testes mentais realizados três anos antes e três anos depois do exame.










Fonte: Reuters Health