06 de Mai de 2024
A retina funciona como uma tela de cinema, que transforma em imagens a luz que recebe de um projetor. Localizada no fundo dos olhos, ela detém o impulso luminoso e o traduz em impulsos nervosos – que são interpretados pelo cérebro, onde o sentido da visão se completa. Por ser uma membrana muito sensível, a
retina torna-se mais vulnerável com o passar do tempo, não somente à fadiga, mas também à Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a doença atinge 25% dos indivíduos com mais de 60 anos e é a principal causa de perda da visão central na terceira idade. O especialista em doenças da retina Dr. Mário Pacini Neto, explica que na maioria dos casos o paciente percebe um embaçamento ou escurecimento na visão central, mas também há relatos de distorção das imagens ou perda da cor. “Isso ocorre porque a parte da retina afetada é a mácula, membrana que capta as cores e os detalhes do que enxergamos”, descreve o oftalmologista, que é tradutor do mais atual livro sobre DMRI.

Como o nome sugere, o principal fator para o desenvolvimento da doença é a idade. Logo, o envelhecimento da população tende a aumentar a incidência dessa enfermidade nos próximos anos. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o Brasil terá a sexta população de idosos no mundo até 2025. Serão 34 milhões, com uma expectativa de vida por volta dos 80 anos.

A boa noticia é que o avanço em diagnósticos e terapias também é crescente, o que torna mais eficaz o acompanhamento da DMRI. Dr. Mário destaca o advento de exames mais complexos, além do tradicional mapeamento de retina. “Um exemplo é a Tomografia de Coerência Óptica (OCT) que, associado à
Angiofluoresceinografia, traz maior precisão no diagnóstico e na caracterização das lesões”, explica.

Terapias

No campo terapêutico, os aliados mais modernos são as injeções de fármacos. O Lucentis é o medicamento mais recente aprovado para uso intra-ocular nos casos de DMRI. “Trata-se de uma molécula de menor tamanho e, por isso, tem maior penetração na retina e ação mais rápida e eficaz na resolução do processo neovascular”, explica Dr. Mário. Estudos apontam estabilidade ou melhora em 90% dos casos, algo inédito.

Outra opção é a injeção de Avastin, que apresenta enorme sucesso na regressão dos neovasos responsáveis pela perda da visão central. “Os resultados são animadores quanto ao ganho de visão”, descreve o especialista.

Dever de casa

Os avanços tecnológicos são positivos, mas não substituem os cuidados preventivos. Dr. Mário lembra que, além da idade, a presença de diabetes e hipertensão são fatores de risco para as doenças degenerativas da retina. “A prática de esportes, o combate ao sobrepeso, o controle rigoroso da glicemia, da pressão e da gordura, assim como uma visita anual ao oftalmologista constituem a chave para a preservação de uma boa visão e da saúde como um todo”, preconiza.

Também vale apostar nos alimentos antioxidantes, como peixes, frutas secas e azeite de oliva. De acordo com estudo realizado pela Universidade de Sydney e divulgado pela revista Archives of Ophthalmology em maio de 2009, consumir 100ml de azeite por semana reduz em até 52% os riscos de desenvolver a doença.









Fonte: JorNow