16 de set de 2025
Além das lentes rígidas e do transplante de córnea - como último recurso -, uma nova tecnologia tem se mostrado eficaz para estabilizar o ceratocone, doença que atinge uma em cada vinte mil pessoas no Brasil: o cross linking. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, trata-se de uma alternativa segura e que tem resultado em importantes benefícios para os pacientes.

"Quanto mais cedo for diagnosticada a doença e aplicado o cross linking, mais efetivamente se consegue estabilizar o ceratocone. O tratamento se resume à aplicação de uma vitamina chamada riboflavina (B2) na córnea que, exposta à luz ultravioleta a cada cinco minutos durante um total de 30 minutos, estimula novas ligações entre as moléculas de colágeno. A técnica não só endurece a parte anterior da córnea e estabiliza a doença, como em alguns casos proporciona melhor visão. Colírios antibióticos e anti-inflamatórios são necessários durante alguns dias, até que o paciente passe a enxergar com clareza", diz o médico. Mais de 100 artigos revisados de várias partes do mundo demonstraram que a efetividade do cross linking gira em torno de 93%.

Entenda o ceratocone

Em pessoas com visão normal, a luz atravessa a córnea - que tem uma superfície lisa e esférica - e atinge a retina, permitindo ao cérebro formar imagens claras e bem definidas. No caso do ceratocone, a córnea vai adquirindo formato cônico e irregular, resultando em visão distorcida. Em muitos casos, os graus de miopia e astigmatismo também avançam rapidamente.

Os óculos de grau não corrigem a visão de quem tem ceratocone, já que não se ajustam ao formato dos olhos. A solução utilizada pela maioria das pessoas que convivem com o problema é o uso de lentes rígidas.

"Quem não se adaptava ao uso de lentes rígidas, acabava tendo de recorrer à cirurgia e, em casos mais graves, ao transplante de córnea. Daí a importância de termos um tratamento muito menos invasivo para a correção do ceratocone. Trata-se de um recurso que aumenta consideravelmente a qualidade de vida do
paciente", conclui Dr. Renato Neves.






Fonte: Opticanet