03 de Mai de 2024
Tratamentos evoluem e já permitem vida normal!

Chamada de doença traiçoeira, pois quando se revela já comprometeu a visão de seu portador, o glaucoma não tem cura, mas tem tratamentos que evoluem continuamente e permitem vida normal. Cerca de 2% da população brasileira é portadora de glaucoma. A única forma de impedir o avanço é detectá-lo na fase inicial.

Estimativas recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o crescimento de portadores de glaucoma de 60 milhões para 80 milhões de pessoas na próxima década no mundo. No Brasil, cerca de 2% da população é portadora e, em muitos casos, desconhecem e não tratam. Apesar da expectativa sombria, o tratamento para o glaucoma evoluiu bastante nos últimos anos.

A especialista em glaucoma Dra. Hanna Flávia Gomes, conta que a maior parte dos portadores de glaucoma necessita de tratamentos simplificados. "Com a evolução da indústria farmacêutica nessa área, hoje muitos pacientes conseguem controlar a pressão intraocular apenas com a utilização de colírios, sem submeterem-se a procedimentos invasivos".

O glaucoma, ou neuropatia óptica glaucomatosa, é resultado do dano no nervo óptico determinado principalmente pela pressão intraocular inadequada. Os diversos tipos de glaucoma representam a segunda maior causa de cegueira no mundo, sendo a maior nos casos de perda irreversível de visão. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 2% da população brasileira é portadora de glaucoma, atualmente.
 
Tipos

O glaucoma de ângulo aberto, o mais comum, ocorre quando a capacidade de produção de humor aquoso (líquido presente no interior do olho) é superior à habilidade de absorção. "Esse fenômeno aumenta o volume de líquido presente no olho e, por consequência, eleva a pressão intraocular. Esse tipo de glaucoma só apresenta sinais percebidos pelo portador depois de uma perda irreversível de 40 a 50% da estrutura do nervo óptico, pois começa a sentir a diminuição do campo de visão", explica a Hanna Flávia.

Já o glaucoma de ângulo fechado, ou agudo, ocorre quando a produção de humor aquoso no interior do olho é normal, mas o globo ocular não consegue absorver adequadamente o líquido. "A dor nos olhos é intensa, ocorre embaçamento visual, há visualização de halos coloridos em volta das luzes, vermelhidão ocular, dor de cabeça, náuseas e vômito", ilustra a médica.

Tratamento


"O glaucoma não tem cura, tem controle", alerta Hanna Flávia. Esperar pelos sintomas da lesão visual é alto risco. Os tratamentos seguem uma linha de indicações. "Começamos pelo tratamento clínico, a base de colírios e medicamentos. Se o paciente não se adaptar ao método ou se não houver progresso, parte-se para as aplicações a base de laser. Se esse último também não surtir o efeito esperado, então as cirurgias são consideradas", esclarece.

Colírios


A abordagem clínica, onde a utilização de colírios antiglaucomatosos e medicações orais são indicados, registrou uma grande evolução. O controle da pressão intraocular, com a utilização correta dos medicamentos (colírios) do glaucoma é suficiente na maior parte dos casos. A especialista constata que "a
resposta dos medicamentos evoluiu tanto que inclusive pacientes que seriam caso cirúrgico estão conseguindo controlar o glaucoma com aplicação de colírios".

Segundo observa Hanna Flávia, os pacientes portadores de glaucoma devem ficar atentos à utilização correta dos colírios. "O paciente não pode pingar os colírios em quantidade maior do que a indicada pelo médico, pois o remédio deixa de fazer o efeito desejado e passa a estimular o aumento da pressão intraocular, revertendo o resultado e piorando o quadro de glaucoma", adverte.

Laser

Iridotomia e trabeculoplastia são os procedimentos a laser para tratar glaucoma que não necessitam de incisões no olho. A iridotomia é indicada para portadores de glaucoma de ângulo fechado. O procedimento consiste na aplicação de laser na íris para evitar crises agudas de glaucoma. O tratamento é preventivo e definitivo. Já a trabeculoplastia é indicada para pacientes com glaucoma de ângulo aberto e consiste na aplicação de laser de argônio para alargar as malhas que absorvem os líquidos produzidos no interior do olho,
esclarece a médica.

Cirurgias


Quanto aos procedimentos cirúrgicos, a trabeculectomia é a técnica mais utilizada e pode ser aplicada a qualquer tipo de glaucoma. Hanna explica que se trata da retirada de um fragmento da malha que fica na parte superior do olho para permitir melhor absorção dos líquidos produzidos no globo ocular.

Já a esclerotomia profunda não penetrante é uma técnica utilizada apenas em pacientes com glaucoma de ângulo aberto. "A cirurgia gera o alargamento do canal de Schelem, responsável pela drenagem do líquido do interior do olho, permitindo melhor absorção desse líquido", diz Hanna Flávia. "A principal vantagem dessa cirurgia é o pós-operatório" com uma recuperação mais rápida, sem riscos de diminuição brusca da pressão intraocular e da acuidade visual", completa.

Cuidados

A médica lembra que quanto mais cedo o paciente iniciar o tratamento, menores serão os danos relacionados à perda de visão e mais fácil o controle da doença. Hanna Flávia assinala que "o empenho dos pacientes é fundamental para o sucesso do tratamento. O acompanhamento de um oftalmologista e o uso regular de colírios é essencial para que o portador de glaucoma consiga manter a qualidade de sua visão pelo maior tempo possível".







Fonte: Portal Opticanet