Considerada a principal causa da cegueira irreversível no Brasil e no mundo, o glaucoma atinge cerca de 985 mil pessoas no Brasil
Uma doença crônica, silenciosa e que não tem cura, mas que na maioria das vezes pode ser controlada com tratamento adequado. As estatísticas acendem o sinal de alerta. Para se ter uma idéia estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da World Glaucoma Association apontam que, em 2010, a doença já
teria afetado 60 milhões de pessoas em todo o mundo e 8,4 milhões de pessoas ficaram cegas em conseqüência da doença.
Os principais fatores de risco são: histórico familiar, pressão intraocular elevada, idade acima de 50 anos, diabetes, uso prolongado de corticóides, presença de lesões oculares e descendência negra. Só o diagnóstico precoce pode controlar o glaucoma e evitar a cegueira. Mas é aí que mora o problema.
“O glaucoma é assintomático no início e por isso se torna tão perigoso, pois a pessoa não percebe que é portadora do problema. Quando avisa que está ali, pode ser tarde demais” explica a oftalmologista especialista na doença, da Oftalmed, Naiara Bicalho.
Calcula-se que 50% dos portadores ignoram a doença. Por isso a Sociedade Brasileira de Oftalmologia recomenda consultas anuais a todos que já têm 40 anos ou mais. O oftalmologista Jonathan Lake completa ainda que por ter também um caráter hereditário quem tem histórico familiar deve consultar um oftalmologista mais assiduamente. “Quando detectado em exames, pode ser controlado", explica o especialista. E completa: "É importante compreender que apesar de ser mais comum depois dos 40 anos, pessoas jovens e até crianças podem apresentá-lo. Traumas, problemas congênitos, histórico familiar e até mesmo a etnia podem contribuir para o aumento da pressão ocular", explica.
Entenda a doença
O que é?
Doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como conseqüência, comprometimento visual.Existem diferentes formas de glaucoma, com diversas origens o mais comum é o simples ou glaucoma de ângulo aberto, que representa mais ou menos 80% dos
casos. É causado por uma alteração anatômica na região do ângulo da câmara anterior, que impede a saída do humor aquoso e aumenta a pressão intraocular.
Pacientes de Risco
Negros que têm maior propensão a desenvolver pressão alta, pessoas com mais de 40 anos e os portadores de diabetes. Hereditariedade, pois cerca de 6% das pessoas com glaucoma já tiveram outro caso na família.
Sintomas
Glaucoma é uma doença assintomática no início. A perda visual só ocorre em fases mais avançadas e compromete primeiro a visão periférica. Depois, o campo visual vai estreitando progressivamente até transformar-se em visão tubular.
Sem tratamento, o paciente fica cego. De modo geral, a doença aparece com mais freqüência a partir dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa de idade, dependendo da causa que provocou a pressão intra-ocular mais elevada.
Diagnóstico
É feito exclusivamente por um oftalmologista que irá medir a pressão intraocular com um tonômetro e as alterações no nervo ótico, perceptíveis no exame de fundo de olho. Outros fatores podem ajudar a confirmar o diagnóstico.
Tratamento
O tratamento clínico inicial é feito com colírios que baixam a pressão intraocular. Existem drogas por via oral que só são usadas em casos emergenciais. A terapia com laser é indicada quando o tratamento com colírio
não é capaz de conter os níveis elevados de pressão. O procedimento cirúrgico é a última opção de tratamento.
Fonte: Assessoria de Comunicação Oftalmed
- Escrito por José Mulser