19 de Mai de 2024
Com maior incidência de casos em mulheres, a doença pode levar à cegueira funcional
 
Piscadas incontroláveis, excessivas e persistentes das pálpebras. Esses são alguns dos principais sintomas provocados pelo Blefaroespasmo, doença que atinge 133 pessoas para cada milhão de indivíduos, de acordo com pesquisas internacionais.
 
A disfunção, caracterizada por contrações involuntárias da musculatura ao redor das pálpebras, é um incômodo constante. Além de fazer com que a pessoa não enxergue, impossibilita as atividades simples do cotidiano, como escrever, se alimentar, vestir, andar e dirigir. 
 
Segundo o neurologista e professor da Universidade Federal de São Paulo, Henrique Ballalai Ferraz, a doença é constantemente confundida com conjuntivite e tiques nervosos, fazendo com que as pessoas não procurem tratamento adequado.
 
"Ás vezes, o paciente queixa-se de um desconforto nos olhos que, na maioria das vezes, coçam e ficam avermelhados. Nos casos de tiques, a pessoa consegue ter algum tipo de controle das contrações palpebrais, diferentemente do que ocorre no Blefaroespasmo", afirma o especialista.
 
A doença não costuma apresentar casos de ligação hereditária, tendo maior incidência em mulheres na faixa etária de 40 a 60 anos. Além disso, o médico alerta que o problema pode ocasionar cegueira funcional, caso não seja tratado. "Nos casos mais graves os 'piscamentos' são tão intensos e frequentes que o paciente pode tornar-se virtualmente cego, uma vez que ele não consegue manter os olhos abertos" assinala Dr. Ballalai. 
 
Tratamento com a toxina botulínica
 
Uma das novidades no tratamento de Blefaroespamo é aplicação de toxina botulínica tipo A, conhecida popularmente como BOTOX®. Aprovado em 1992 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para uso terapêutico, a substância tem sido uma das principais alternativas clínicas para controlar o problema, uma vez que a doença ainda não tem cura.
 
"As aplicaçãos de toxina botulínica costumam ser muito boas e os efeitos duram cerca de 2 a 6 meses. É um grande avanço científico, uma vez que os medicamentos convencionais trazem efeitos colaterais", garante o especialista.
 
A toxina é injetada diretamente nos músculos ao redor dos olhos, com o objetivo de relaxar a musculatura contraída. Os efeitos do medicamento podem ser observados no período de 3 a 5 dias após a aplicação. 



Fonte: Opticanet