26 de nov de 2024
A Uveíte é uma doença inflamatória que pode comprometer totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, corpo ciliar e coróide). Em alguns casos, a inflamação atinge também o nervo ótico e a retina. Esta condição dos olhos é classificada em anterior, intermediária e posterior, conforme o segmento ocular em que o distúrbio se manifesta, e pode ocorrer num olho ou nos dois olhos.

Causas

Não se conhece a causa de grande parte das uveítes. Entretanto, quando é possível determiná-la, as mais importantes são:

1. infecção por vírus, bactéria e fungos;

2. doenças sistêmicas, como toxoplasmose, inclusive a toxoplasmose congênita, herpes simples, citomegalovírus, tuberculose, sífilis;

3. moléstias reumatológicas, por exemplo, artrite reumatóide, lúpus eritematoso; 

4. corpos estranhos e traumas oculares;

5. leucemias e linfomas.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são:

1. hiperemia (olho vermelho);

2. fotofobia (sensibilidade à luz);

3. dor;

4. visão turva, embaçada;

5. pequenos pontos escuros que se movimentam.

Diagnóstico

Olho vermelho e dor são sintomas comuns nos quadros de uveítes e de conjuntivites. Estabelecer o diagnóstico diferencial é de extrema importância, uma vez que as uveítes, quando não tratadas, podem comprometer a visão definitivamente. 

O diagnóstico diferencial também é importante para determinar as enfermidades sistêmicas, reumatológicas ou neoplasias que podem ser a causa primária de graves alterações oculares.

Prevalência

As uveítes podem aparecer em qualquer idade, desde o nascimento até a velhice, e igualmente em ambos os sexos, mas são mais frequentes no adulto jovem que, em geral, apresenta exame positivo para a toxoplasmose.

Tratamento

A conduta terapêutica varia de acordo com a causa das uveítes e pode exigir a orientação do oftalmologista e de um especialista na doença de base, pois o tratamento ocular promove apenas o alívio dos sintomas, se a causa primária não for resolvida. Por essa razão, pode ser necessário associar a indicação de antibióticos, antivirais ou antifúngicos ao uso tópico de colírios específicos.

Nas formas auto-imunes, é preciso prescrever corticóides ou imunomodeladores, quase sempre por tempo prolongado. Já nos casos de uveíte anterior, a primeira medida é dilatar a pupila e prescrever antiinflamatório de uso local para preservar a anatomia do olho.

Recomendações

* fique longe da automedicação, se seus olhos estão vermelhos e doloridos;

* procure um oftalmologista. Nas uveítes, o diagnóstico precoce é importantíssimo para preservar a integridade da visão;

* faça todos os exames complementares que ajudem a determinar a causa da uveíte para que o tratamento seja corretamente orientado;

* não use lentes de contato, se o quadro de uveíte não estiver controlado;

* leve seus filhos aos oftalmologistas para avaliação. Em geral, nas crianças, o quadro das uveítes é crônico e elas não reconhecem os sintomas.


Fonte: Portal Drauzio Varella