28 de Mar de 2024
Oftalmologista alerta que nem sempre o desvio é observado pelos pais

Aproximadamente 4% da população mundial tem estrabismo, uma doença que causa visão dupla e distorcida, mas também por questões estéticas pode acarretar muitos constrangimentos. O estrabismo, popularmente chamado de “olho torto”, acontece quando uma pessoa possui os olhos desalinhados, apontando em direções diferentes, o que impede uma visão binocular normal.

“A disfunção visual e a aparência podem causar problemas emocionais e sociais, e se manifesta por meio de timidez, afastamento, discriminação e também limitação na vida profissional”, explica o oftalmologista Marco Canto.

Os pais devem ficar atentos e observar as crianças que tropeçam muito, se em fotos ficam com os olhos tortos ou aquelas que reclamam com frequência de dificuldade para enxergar ou de visão dupla. “Caso esses indícios apareçam deve-se procurar um oftalmologista o mais cedo possível. A visão perdida não se recupera totalmente e a cada ano o estrábico perde 10% de visão, se não houver estímulo adequado”, enfatiza.

Mesmo para aquelas crianças que não relatam a dificuldade visual, o médico destaca a importância de uma consulta de rotina com o oftalmologista. O estrabismo deve ser tratado o mais breve possível ou até os sete anos de idade. “É durante esse período que a visão pode melhorar, após essa idade a cirurgia poderá se tornar apenas estética”, alerta o médico.

Para que os olhos voltem a ficar paralelos e que a pessoa tenha uma visão binocular normal é necessário estimular de forma intensa a visão. “Utilizamos os exercícios ortóticos e as oclusões alternadas dos olhos para estimular a visão com os dois olhos”, conta o Dr. Canto. Apenas em casos específicos a cirurgia é indicada.

A doença


O estrabismo é composto por uma série de disfunções dos movimentos oculares, o que dificulta a visão. “Normalmente o estrábico enxerga com apenas um olho de cada vez. Caso ele tente enxergar com os dois olhos ao mesmo tempo a imagem ficará dupla, o que provoca muito desconforto”.

O oftalmologista explica que nem sempre o desvio é observado. “O olho torto ou ‘vesgo’ pode também ter formas mais brandas de manifestação, com desvios em uma só posição dos olhos, ou quando lê, por exemplo”, explica. Embora aconteçam outros sintomas, como a ambliopia ou popularmente conhecido como "olho preguiçoso”. “Nesse caso a pessoa estrábica leva algum tempo para apagar as imagens do seu campo de visão”, esclarece o Dr. Canto.

O estrabismo é mais comum entre crianças, em adultos é consequência de trauma físico e lesão neurológica.


Fonte: JorNow