O Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, comemorado no último dia 13, é de extrema importância, por ser indispensável reduzir os casos de cegueira evitável no Brasil. Para que isso aconteça, é necessário garantir o acesso irrestrito à saúde ocular, bem como uma legislação eficiente, no que diz respeito ao relacionamento entre serviços de saúde e pacientes. “Embora a Constituição e legislações específicas preveem as melhores condições no atendimento integral à saúde ocular, precisamos também de ações informativas permanentes de combate à cegueira. Estamos engajados neste propósito e, ao longo deste mês, divulgaremos os riscos de doenças oculares que podem levar à deficiência visual”, destaca o oftalmologista Dr. Roberto Galvão Filho.
Para o médico, outra questão fundamental é assegurar a mobilidade e igualdade de condições para pessoas cegas ou com baixa visão. “Necessitamos informar, conscientizar e incentivar a solidariedade da população com quem é deficiente visual. Só dessa forma, conseguiremos minimizar os impactos negativos dessa condição na sociedade e na vida das pessoas”, afirma. Dentre as principais causas de cegueira, no Brasil, estão o Glaucoma, a Catarata, Erros Refrativos não corrigidos, Retinopatia Diabética, Degeneração Macular e Cegueira Infantil. “São doenças que podem ser tratadas e contidas, se diagnosticadas em estágio inicial. Daí a importância de ações informativas, de prevenção, diagnóstico e tratamento precoce, para evitar casos de cegueira no país”, reforça Galvão Filho.
Causas
O Glaucoma é ainda considerado a primeira causa de cegueira irreversível no mundo. A doença, que atinge entre 1% e 2% da população mundial, é traiçoeira. Por ser silenciosa, muitas vezes é descoberta em estágio avançado. “Os danos ao nervo óptico, que conecta o olho ao cérebro, são irreparáveis. O processo é lento e pode progredir durante anos, sem o paciente perceber. Daí a importância de descobrir a doença o mais cedo possível, pois isso ajuda a conter o seu avanço silencioso”, explica o oftalmologista.
O Glaucoma se apresenta de várias formas. O tipo mais comum é o Glaucoma Primário característico do processo de envelhecimento, a partir dos 40 anos. Já o Glaucoma Secundário é aquele que está relacionado a doenças preexistentes, como diabetes, ou ao uso prolongado de medicamentos. Exames de rotina são essenciais, pois o tipo de glaucoma que responde por 80% dos casos não causa dor e não apresenta sintomas. A doença também pode ser diagnosticada por meio de exames de imagem. Aparelhos de tomografia óptica computadorizada (OCT) podem identificá-la até oito anos antes dos primeiros sinais. “O paciente com a patologia pode e deve ter uma vida normal depois do diagnóstico, seguindo apenas as orientações do seu oftalmologista”, garante o médico.
Tratamentos
O tratamento pode ser realizado a base de colírios e procedimentos cirúrgicos com lasers e cirurgias fistulizantes, além de implantes de tubos de drenagem internos, microinvasivos e externos. Em mais de 80% dos casos, o uso de colírios é eficiente no tratamento e controle da doença. Seu uso, porém, precisa ser diário e por toda a vida. O uso do laser seletivo tem crescido como tratamento de primeira escolha, em muitos países. “Esse procedimento apresenta poucos efeitos colaterais e tem o mesmo resultado de redução da pressão por mais de cinco anos com uma só aplicação. O custo também é menor que os colírios”, conclui o médico.
Fonte: assessoria de comunicação do Instituto de Olhos do Recife – IOR.