Inteligência artificial melhora a performance de seleções como a da Croácia. Na falta de recursos os exercícios para a visão melhoram a performance
Na Copa no Qatar o Japão surpreendeu com a eliminação precoce de uma das mais tradicionais seleções, a tetracampeã, Alemanha. Na última segunda (4), o time errou a cobrança de três pênaltis consecutivos e perdeu para a Croácia que enfrenta o Brasil na próxima sexta (9). Para o oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto, isso não significa que deu zebra. "O que explica a revelação de novas seleções como a do Japão e a atual vice-campeã, é a utilização da Inteligência Artificial (IA)", afirma. Muitas das chamadas 'zebras' nesta Copa aconteceram por treinamentos baseados em banco de dados que inclui imagens em alta resolução de jogos e treinos do time adversário. "Baseado nestas informações, o treinador estabelece estratégias e táticas tanto de defesa como de ataque que melhoram a performance do time", afirma o médico.
Para você ter ideia da diferença que a IA faz em campo, a Croácia participou de quatro jogos e em 37 finalizações fez quatro gols, ou seja, o time tentou 9 vezes para cada gol. Já nos quatro jogos da seleção brasileira foram 7 gols em 60 finalizações, ou seja, 8,5 tentativas para cada gol. Na opinião do oftalmologista o equilíbrio entre as duas seleções é uma prova de que a IA funciona. Afinal o Brasil é pentacampeão mundial, já participou de 20 copas e esta é a quinta participação da Croácia.
O problema é que nem todo clube tem recursos para investir neste recurso e para alguns treinadores a análise dos dados toma tempo. O oftalmologista ressalta que para os clubes sem recursos para investir nesta ferramenta a solução são exercícios que melhoram a habilidade dos olhos, inclusive de quem enxerga bem. "Embora façam grande diferença em campo, não eliminam a necessidade de acompanhamento médico nem substituam os óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa", salienta.
Queiroz Neto afirma que para melhorar a visão de jogo é necessário ter boa visão periférica que permite ao jogador olhar para o gol e perceber a movimentação dos outros jogadores em campo simultaneamente. Esta habilidade, observa, é conquistada em uma sequência de exercícios visuais divididos em três etapas. "A primeira é bastante similar à leitura dinâmica. Consiste em fazer a leitura em um único golpe de vista de várias palavras impressas a alguns centímetros de distância. Deve ser repetido diariamente durante 45 dias ou até a leitura simultânea se tornar automática. A segunda já é bastante conhecida pelos jogadores. São as embaixadinhas em que o craque chuta a bola sem deixar cair no chão ao mesmo tempo que olhar para o gol. A terceira é o treino de cobrança de escanteio em que no momento do chute o jogador tem de girar a cabeça para o lado oposto e ler palavras escritas em uma tabuleta", explica o médico.
O oftalmologista destaca que o reflexo rápido em campo permite antecipar jogadas e está relacionado à visão de contraste que fica comprometida quando a iluminação do estádio é inadequada ou quando o jogador precisa usar lentes com grau para corrigir miopia, hipermetropia ou astigmatismo. "O treino que melhora a visão de contraste e o reflexo consiste em identificar imagens semelhantes sobre um fundo de baixo contraste, fazendo a troca das imagens rapidamente", pontua.
"Bola fora da rede significa falta de mira", ressalta o médico. Para desenvolver a capacidade de foco o treino é feito com o "teste do polegar". "O exercício é simples e consiste em levar os dois braços para frente, na altura do ombro, e posicionar os polegares na vertical. Nesta posição o foco entre as unhas dos polegares deve ser alternado, notando se ocorrem falhas na fixação. Outra dica é que independentemente da idade, toda pessoa tem um olho dominante, ou seja, que enxerga melhor. No campo, saber qual é seu olho dominante pode fazer toda diferença em um chute ao gol. Isso porque, o jogador pode manter a visão deste olho desobstruída.
Para descobrir o olho dominante a dica de Queiroz Neto é estender os braços e formar um triângulo com os polegares e indicadores posicionando um objeto nesta janela, em seguida fechar um olho de cada vez. O olho que mantiver o objeto alinhado na janela é o dominante e pode fazer a diferença em campo.
Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier