Doença ocular atinge 150 mil brasileiros, por ano, sendo a maior causa de transplante de córnea no país
A campanha Junho Violeta – mês de conscientização e prevenção ao Ceratocone – busca alertar à população sobre essa doença ocular que causa alterações estruturais no olho. Estima-se que a enfermidade atinge em torno de 150 mil pessoas por ano, sendo a maior causa de transplante de córnea no Brasil. “Ainda não sabemos a causa exata, mas diversos estudos sugerem que a origem é multifatorial, ou seja, aspectos genéticos, ambientais e celulares podem ser o gatilho para o início da patologia”, afirma a oftalmologista Dra. Marília Medeiros, especialista em córnea, catarata, refrativa e oftalmologia geral.
O ceratocone é uma doença rara, que se manifesta principalmente entre a população mais jovem, com idade entre 10 e 25 anos, e pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com os anos. “Ela se inicia de modo insidioso, na maioria das vezes como miopia ou astigmatismo irregular, o que faz com que o paciente troque o grau com maior frequência”, explica Dra. Marília.
Pacientes alérgicos têm maior possibilidade de desenvolver a enfermidade, representando um terço das pessoas com ceratocone. “Quem tem rinite alérgica acaba esfregando ou coçando mais os olhos e isso pode desencadear a doença. Nesses casos, o tratamento precoce pode minimizar os sintomas e diminuir sua progressão”, comenta a médica. Também há uma incidência maior entre pessoas com síndrome de down ou com alterações oculares congênitas, como catarata ou a esclerótica azul.
Sintomas
Os primeiros sintomas do ceratocone são baixa acuidade visual, que vai de moderada a severa, visão embaçada, visão dupla (diplopia), sensibilidade à luz (fotofobia), comprometimento da visão noturna, formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz. A doença apresenta estágios evolutivos. “No início, não há alterações importantes, apenas uma baixa da visão, mas em etapas avançadas os danos são mais evidentes”, diz a oftalmologista.
Além de deixar a parte central da córnea mais fina, o ceratocone modifica sua curvatura, contribuindo para a perda de elementos estruturais. “A córnea é uma camada fina e transparente, que encobre toda a frente do globo ocular. Com a doença, ela é empurrada para fora, formando uma saliência com o formato de um cone, o que prejudica a acuidade visual”, explica.
Tratamentos
No começo do ceratocone, as alterações podem ser corrigidas com o uso de óculos. À medida que a doença progride, as lentes de contato específicas melhoram bastante a visão. Nos casos de rápida progressão, o tratamento indicado é o CXL ou Crosslinking. “Esse procedimento promove uma estabilização ou retardamento no avanço da doença”, destaca a médica.
Em estágios moderados, o implante de anéis intra-estromais na córnea é um forte aliado na correção da curvatura da córnea e consequente melhora da acuidade visual. Já na fase mais avançada da doença, é necessário fazer transplante de córnea. “Nesses casos, os transplantes são a única alternativa”, afirma Dra. Marília.
Segundo ela, além de informar à população sobre o ceratocone, a campanha Junho Violeta serve de alerta para os cuidados gerais com a visão. “É essencial que as pessoas vão ao oftalmologista, ao menos, uma vez ao ano, e façam seus exames. O tratamento da maioria das doenças oculares tem melhores resultados quando o diagnóstico é precoce e com o ceratocone não é diferente”.
Serviço:
Junho Violeta – mês de conscientização e prevenção ao ceratocone
Dra. Marília Medeiros
Oftalmologista no Instituto de Olhos do Recife (IOR)
Fone: (81) 2122.5000
Marcação de consultas WA: (81) 9841.4446 / 4447
Fonte: assessoria de comunicação do Instituto de Olho do Recife