26 de nov de 2024

Doença que afeta integrante da banda Black Eyed Peas não tem cura e compromete seriamente a capacidade de enxergar

Nistagmo

Um assunto abalou o Twitter esta semana e se tornou um dos mais comentados na rede: a repercussão de que o cantor filipino-americano Allan Pineda Lindo Jr, conhecido por "Apl.de.ap", integrante da banda Black Eyed Peas, tem nistagmo uma doença caracterizada por tremor involuntário, rítmico e repetitivo dos olhos. Este movimento dos olhos — que pode ser horizontal, vertical ou rotatório — atrapalha o foco da imagem. De acordo com a American Nystagmus Network, uma a cada 1.000 pessoas pode apresentar o problema. "Em sua grande maioria, os portadores dessa condição apresentam instabilidade na fixação do olhar, o que leva à baixa visão, comprometendo seriamente a capacidade de enxergar", explica o Dr. Natanael de Abreu Sousa, especialista em Estrabismo e Neuroftalmologia do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

Pesquisa recente realizada em Oxfordshire, na Inglaterra, identificou que a condição está presente em uma a cada 670 crianças com dois anos de idade. Na forma congênita, o nistagmo advém de doenças oculares como a catarata infantil, distrofias na retina, albinismo e distúrbio do nervo óptico. Frequentemente está associado ao estrabismo. Geralmente, todas as crianças que perdem a visão central em ambos os olhos antes da idade de dois anos acabam desenvolvendo nistagmo. "É comum que as pessoas afetadas desenvolvam uma postura diferenciada, mantendo a cabeça ligeiramente inclinada, em uma clara tentativa de enxergar melhor. Ou seja, o paciente identifica para qual lado o olho mexe menos e tende a virar a cabeça para permitir uma visão menos embaçada. Para amenizar o problema é possível fazer uma cirurgia nos músculos oculares e mudar a posição de fixação, no intuito de centralizá-la. Isso ajuda a aliviar o torcicolo e, em alguns casos, pode diminuir a amplitude do nistagmo, porém não é possível eliminá-lo totalmente", ressalta o oftalmologista.

Quando o nistagmo aparece ao longo do tempo — o chamado nistagmo adquirido — é fundamental pesquisar causas neurológicas que podem ter ocasionado o problema como, por exemplo, esclerose múltipla, tumores cerebrais, labirintite, acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano e epilepsia. O uso de álcool e drogas também podem contribuir para o tremor. "O nistagmo adquirido pode desaparecer quando a causa primária é identificada e tratada. Porém, nos outros casos, infelizmente não há cura, mas podemos realizar algumas intervenções para melhorar a visão dos pacientes. Em relação ao tratamento óptico, o mais difundido é o uso de prismas, que permitem corrigir o mau posicionamento da cabeça e estimulação da convergência. A substituição dos óculos por lentes de contato também pode contribuir para melhorar a acuidade visual. Em todos os casos, o acompanhamento médico regular é imprescindível para manter a qualidade de vida desses pacientes", finaliza o Dr. Natanael Sousa.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Grupo Opty