Ajuste das telas próximo ao ciclo da luz natural diminui a glicemia e melhora a produtividade. Entenda
O teletrabalho ou uso da Tecnologia da Informação (TI) — computador, laptop, tablet ou smartphone — para realizar trabalhos fora das instalações das empresas veio para ficar, ainda mais com a eclosão da pandemia de Covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o novo modelo de trabalho tem aspectos positivos, mas também pode causar problemas de saúde quando mal estruturado. No Brasil, para 33% dos profissionais, falta infraestrutura e condições ergonômicas no teletrabalho. É o que mostra um levantamento com 897 funcionários de grandes empresas, realizado pelo International Data Corporation (IDC) para o Google Workspace. Desses 60% afirmaram ter 38 anos ou mais.
Pesquisa
Segundo o oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto, dicas simples de iluminação podem fazer grande diferença na performance. Os olhos, comenta, regulam todo nosso metabolismo e estão diretamente associados a várias funções biológicas, inclusive ao funcionamento do cérebro. Isso porque, são a porta de entrada da luz que ativa na glândula pineal para produção de dois hormônios: o cortisol, hormônio do estresse e a melatonina, indutor do sono. A luz do nascer do sol impulsiona a produção do cortisol que nos mantém despertos. Ao cair da tarde o lusco-fusco incentiva a produção da melatonina que nos prepara para dormir. O problema é que o teletrabalho nos faz passar a maior parte do tempo expostos à luminosidade excessiva. Por isso, ajustar as telas ao ciclo dia/noite é o pilar da ergonomia, produtividade e prevenção de doenças que podem surgir a longo prazo em decorrência do teletrabalho.
Isso explica uma recente pesquisa realizada na Holanda com 14 diabéticos em que os pesquisadores observaram queda da glicemia e melhora na produtividade após a calibragem da luminosidade das telas. Esta simples ação também manteve a termorregulação e diminuiu a energia gasta pelos participantes durante o sono. O oftalmologista afirma que além de predispor ao diabetes e por isso dobrar o risco de desenvolver catarata, a exposição excessiva à luz azul emitida pelos dispositivos também eleva o risco de degeneração macular — maior causa de cegueira irreversível no mundo —, doenças cardíacas e hipertensão.
Mais produtividade
No novo cenário imposto pela pandemia a maioria dos participantes na pesquisa do IDC (62%) afirmou estar trabalhando mais, 19% igual e outros 19% menos. Queiroz Neto afirma que a iluminação inadequada reduz em até 20% a produtividade e este efeito aumenta conforme envelhecemos. "Nossos olhos foram feitos para durar 40 anos", afirma. A partir dessa idade os músculos que movimentam o cristalino, lente interna do olho, sofrem espasmo, perdemos o foco automático para as várias distâncias e passamos a ter de usar óculos de leitura. Por isso, nessa idade a síndrome da visão no computador (CVS), salta de 67% para 90%. A dica do oftalmologista é optar por monitores que bloqueiem até 70% a luz azul nociva para o ciclo circadiano e olhos. Depois dos 50 nossa pupila diminui e o estresse ocular aumenta porque temos de fazer mais esforço para focalizar as imagens. Aos 60 anos a catarata começa se formar, o cristalino amarela, muito pouca luz penetra nos olhos e é necessário três vezes mais iluminação na estação de trabalho
Dicas de iluminação
As dicas do oftalmologista para melhorar a produtividade são:
• Combine iluminação direta e indireta;
• Coloque um ponto de luz acima de seu ombro na mesa de trabalho;
• Fixe a luminária ligeiramente inclinada para frente e do lado oposto à mão que trabalha para evitar sombras;
• Evite colocar luminárias atrás de você;
• Evite luzes brilhantes encima de textos;
• Ilumine grandes ambientes com lâmpadas fluorescentes no teto;
• Proteja as lâmpadas evitando a visão direta dos tubos de luz;
• Recue a iluminação embutida no teto;
• Evite posicionar o computador de frente para a janela.
Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier