Especialistas explicam como funciona a visão canina e tiram dúvidas frequentes acerca do assunto
Os cães desenvolveram muito bem a visão noturna, devido ao comportamento de caça (Foto: Pexels/ Tina Papai/ CreativeCommons)
Quando o assunto é visão canina, surgem diversos mitos e curiosidades sobre o tema. Muitas pessoas acreditam que os cães não enxergam direito ou que eles só veem preto e branco. Por isso, é importante voltar no tempo para compreender como eles desenvolveram a vista, de acordo com as suas necessidades diárias. A estrutura do olho dos cachorros é diferente dos humanos, pois foi adaptada para o comportamento de caça. Segundo a médica-veterinária Mariza Bortolini, como os cães procuravam os alimentos à noite, eles desenvolveram muito bem a visão noturna, para enxergar no escuro e captar os movimentos de suas presas.
“Os seus olhos apresentam uma lente e superfície corneana maiores, além de maior proporção em bastonetes na retina, fotorreceptores, que contribuem para a visão com pouca luz e movimento, e o tapetum lucidum, uma porção reflexiva da retina que permite uma segunda chance de registrar a luz que olho recebeu”, diz Dra. Mariza.
Os cachorros não enxergam o mundo em preto e branco, eles são capazes ver, principalmente, os tons azulados e os amarelados acinzentados (Foto: Pexels/ Pixabay/ CreativeCommons)
Eles possuem a capacidade de enxergar objetos, pessoas e animais em movimento em uma distância muito maior que os humanos, de acordo com o médico-veterinário Dalton Ishikawa. “Contudo, os cães conseguem enxergar objetos parados com uma distância inferior. Os cachorros veem objetos parados com nitidez até aproximadamente 6 metros de distância, enquanto os humanos veem até 25 metros, em média”, explica.
Outro fator que gera muitas dúvidas é sobre as cores que o animal consegue identificar. Dra. Mariza explica que eles não veem o mundo só em preto e branco. O pet possui dois tipos de receptores de cores (cones) em seus olhos e os humanos têm três, essa diferença faz com que eles sejam sensíveis a diferentes comprimentos de onda, ou seja, às cores. Logo, eles não detectam os tons da mesma forma que nós.
“Eles avaliam a posição, o brilho relativo, o cheiro, o sabor e a textura para diferenciar objetos de cores semelhantes. Já foi relatado que os cães são capazes de diferenciar perfeitamente os tons de cinza, que estão intimamente relacionados e que são indistinguíveis ao olho humano”, conta a especialista. Além disso, o Dr. Dalton completa que, segundo a comunidade científica, eles enxergam as cores, principalmente, em tons azulados e amarelados acinzentados.
Os cachorros braquicefálicos, como buldogue e pug, têm os olhos voltados mais para frente, com uma amplitude menor do que os pets que têm os olhos mais nas laterais (Foto: Pexels/ Charles/ CreativeCommons)
Por fim, a pergunta que fica é: a qualidade pode variar de acordo com cada raça? O especialista diz que o aspecto que muda é a visão periférica. Os animais com o focinho chato, conhecidos como braquicefálicos, como buldogue e pug, possuem os olhos voltados mais para frente, com uma amplitude menor. Já os que têm o focinho comprido, costumam apresentar os olhos mais lateralizados, o que pode colaborar para uma visão melhor.
Fonte: Revista Casa e Jardim