A detecção desse tumor maligno, em estágio inicial, aumenta as chances de cura
O Instituto de Olhos do Recife (IOR) adere ao Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, comemorado no próximo sábado (18). Embora seja um tumor raro, o retinoblastoma é maligno e sua incidência maior é em crianças com menos de 5 anos, ou seja, é o câncer intraocular mais comum na infância. “Por isso, alertamos sobre a necessidade do diagnóstico precoce da doença. É essencial que o bebê seja levado ao oftalmologista, logo após o seu nascimento, pois a detecção desse câncer em estágio inicial aumenta as chances de cura e diminui os danos à visão”, orienta a oftalmopediatra Dra. Priscila Andrade. Estima-se que, no Brasil, aconteçam 300 novos casos, por ano.
De acordo com a médica, o principal sinal da doença é a leucocoria. “É um reflexo pupilar anormal, que pode ser branco, ou amarelo esbranquiçado, sendo conhecido popularmente como reflexo do olho de gato. Esse sinal sugere um tumor intraocular, pois altera o reflexo da luz incidente na pupila”, explica. Na maioria das vezes, ele só é notado em algumas posições do olhar da criança, sob uma luz artificial, quando a pupila está dilatada, ou em fotos em que o flash bate sobre os olhos. Outros sinais do retinoblastoma podem ser estrabismo, fotofobia, dificuldade visual e proptose.
Causas
Dentre os fatores de risco para a ocorrência do retinoblastoma está o gene RB1. Quando ele sofre uma mutação — por perda da sua função — causa a doença. Ele pode ser herdado de um parente. Embora o histórico familiar seja um fator de alerta, 90% dos casos são esporádicos, ou seja, não hereditários. Estudos voltados para elucidar o aumento do retinoblastoma, em determinadas populações, também demonstram sua associação ao papiloma vírus humano (HPV). “Hoje, felizmente, sabemos as causas desse câncer, mas ainda não temos como preveni-lo. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para garantir a cura”, reforça a Dra. Priscila.
Diagnóstico
O retinoblastoma ocorre na primeira infância, sendo 95% dos casos diagnosticados antes dos 5 anos. Ele representa entre 2,5 e 4% das neoplasias pediátricas. “O manejo bem sucedido desse câncer depende da sua detecção precoce, enquanto ele ainda é intraocular e não apresenta metástase”, esclarece a oftalmopediatra.
A idade em que o tumor se apresenta é correlacionada com a lateralidade e o atraso no diagnóstico. Por exemplo, pacientes com doença bilateral, ou seja, em ambos os olhos, têm uma tendência a manifestar o câncer antes de um ano de idade. Já aqueles com a doença unilateral, só em um olho, são geralmente diagnosticados no segundo ou terceiro ano de vida.
Exames
Para detectar o retinoblastoma e outras doenças congênitas, como catarata e glaucoma, o bebê deve fazer o Teste do Olhinho, logo após seu nascimento. “É um teste rápido e indolor, em que projetamos uma luz nos olhos do paciente para analisarmos o reflexo da retina e examinarmos o fundo do olho. Se observamos um reflexo vermelho é porque a criança não apresenta nenhum obstáculo à entrada de luz, nos sugerindo que não há anormalidades. E, após o exame do fundo do olho, podemos excluir esse tipo de tumor”, afirma médica.
Embora seja um exame de triagem de doenças oculares, nos recém-nascidos, o teste deve ser seguido de acompanhamento oftalmológico periódico, conforme a mais recente orientação da Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria. “Ao nascer deve ser realizado o teste do olhinho. Depois do sexto mês, a primeira consulta oftalmológica completa e, se tudo estiver bem, deve-se adotar uma rotina de consultas anuais, até os 8 anos de idade”, finaliza Dra. Priscila.
Fonte: assessoria de comunicação do Instituto de Olhos do Recife (IOR)