29 de Mar de 2024

Ceratocone: problema de visão que atinge 1 em cada 2000 pessoas

Depois do Outubro Rosa, Novembro Azul, Janeiro Branco e Abril Marrom, chegou a vez do Junho Violeta: iniciativa que visa a prevenção do ceratocone, doença caracterizada pelo encurvamento e afinamento progressivo da córnea, que tem como um dos fatores associados o hábito frequente de coçar ou esfregar os olhos. A ação conta com o apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) e oftalmologistas de todo o país.

O ceratocone é uma doença genética e congênita, ou seja, a pessoa já nasce com a predisposição a desenvolvê-la, e de acordo com recentes estudos, o problema acomete entre 0,5% e 3% da população mundial e pode levar ao desenvolvimento de altos graus de astigmatismo e miopia, comprometendo a visão. A alteração frequente do grau dos óculos é o principal sintoma da doença, além da dificuldade para enxergar de perto e sensibilidade à luz.

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Olho com ceratocone em estágio avançado

Geralmente os pacientes não percebem o ceratocone em seu início, quando a córnea que normalmente tem o formato arredondado, quase esférico, apresenta aumento da curvatura da camada que fica mais à frente do olho. E quando começam a sentir alteração ou embaçamento visual e procuram ajuda com o oftalmologista, a doença já pode estar em estado mais avançado.

O ceratocone não tem cura, no entanto, pelo avanço da medicina, possui diversos tratamentos disponíveis que são indicados de acordo com a fase de evolução da doença e gravidade do caso. Na fase inicial, a visão pode ser corrigida com o uso de óculos. No estágio moderado, com o uso de lentes de contato especificas para ceratocone ou com o implante de anel intracorneano, que é uma órtese de acrílico que tem a função de alterar a curvatura da córnea na quantidade necessária para correção que se deseja obter. Outra opção de tratamento é o procedimento conhecido como crosslinking, que aumenta a resistência e a estabilidade da córnea e tem como finalidade impedir a progressão da doença. Nas etapas mais avançadas, o tratamento baseia-se no transplante de córnea, que consiste na substituição da córnea alterada por uma córnea doadora.

O desafio dos médicos oftalmologistas é conscientizar a população a realizar consultas periodicamente, para exames preventivos e diagnóstico precoce tanto do ceratocone, como de outras doenças que afetam os olhos, para fornecer o tratamento adequado em cada caso. É importante disseminar o conhecimento e incentivar uma postura de atenção da população com a saúde ocular, visto que o auxílio médico não deve acontecer apenas quando o problema vem à tona.

Diante dessas informações fica o alerta: coçar e esfregar os olhos pode alterar a estrutura da córnea e causar o ceratocone. Busque eliminar esse péssimo hábito da sua vida e em casos de quadros alérgicos, coceira excessiva e sensação de olho seco, consulte o mais rápido possível um oftalmologista.

 

 

 

 

Fonte: Portal Iso Olhos