Córnea em formato cônico com superfície irregular significa ceratocone. O problema atinge uma em cada 20 mil pessoas, geralmente entre 10 e 35 anos. Além das lentes rígidas e do transplante de córnea como último recurso, surge uma alternativa capaz de estabilizar o ceratocone: o crosslink.
"Trata-se de uma tecnologia muito segura e que tem resultado em benefícios para os pacientes. Aplicamos uma vitamina chamada riboflavina (B2) na córnea que, exposta à luz ultravioleta a cada cinco minutos durante um total de 30 minutos, estimula novas ligações entre as moléculas de colágeno. A técnica endurece a parte anterior da córnea e estabiliza a doença. Colírios antibióticos e anti-inflamatórios são necessários durante alguns dias, até que o paciente passe a enxergar com clareza", diz o oftalmologista Dr. Renato Neves.
Entenda o ceratocone
A luz atravessa a córnea - que tem uma superfície lisa e esférica - e atinge a retina, permitindo ao cérebro formar imagens claras e bem definidas. "Pacientes com ceratocone apresentam visão distorcida e muitas vezes os graus de miopia e astigmatismo avançam rapidamente", diz Neves.
Na opinião do médico, os óculos de grau não corrigem a visão adequadamente - já que não se ajustam ao formato dos olhos. Lentes rígidas, que proporcionam uma superfície mais lisa e clara em frente à córnea, têm sido a solução utilizada por grande parte das pessoas que sofrem do problema.
"Como nem todos os pacientes se adaptam às lentes rígidas, a solução recai sobre a cirurgia e, em casos mais graves, sobre o transplante de córnea. Daí a importância de termos um recurso muito menos invasivo para a correção do ceratocone", conclui.
Fonte: Opticane