23 de Abr de 2024
Doença exige cuidados especiais e pequenas mudanças de hábito

O uso intensivo de computadores (quando se pisca menos) e o trabalho em tempo prolongado em ambientes com ar condicionado (mais seco) favorecem a desidratação da córnea, ocasionando a Síndrome da Disfunção Lacrimal. Mais conhecida como “olho seco”, esta queixa é cada vez mais frequente nos consultórios oftalmológicos.

São as alterações do filme lacrimal, camada líquida responsável pela limpeza, proteção mecânica e química, homogeinização e lubrificação do olho, que causam a síndrome. “O filme lacrimal é constituído por três camadas: uma protéica, em contato direto com a córnea, recoberta por uma camada aquosa derivada da lágrima e uma camada lipídica (gordurosa) que impede a evaporação da camada aquosa. Quando existe um defeito em qualquer uma dessas camadas, os sintomas da doença aparecem”, explica Dr. Pedro Carricondo, oftalmologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Segundo estimativa da Associação dos Portadores do Olho Seco, aproximadamente 18 milhões de pessoas no Brasil sofrem com este mal. “O olho seco é considerado uma doença, pois compromete o bem-estar do individuo. A síndrome tem graus e intensidades muito variáveis, mas mesmo os casos mais leves alteram o cotidiano e a qualidade de vidados pacientes”, afirma o oftalmologista.

Os principais fatores para o aparecimento e o desenvolvimento da doença são as mudanças decorrentes do processo de envelhecimento, como as alterações palpebrais, quadros inflamatórios crônicos das bordas palpebrais e da superfície ocular e alterações hormonais (menopausa). No inverno ou nestes dias de clima seco, a baixa umidade do ar, o vento e a poluição dos grandes centros provocam a queda na produção de lágrima e também ajudam no aparecimento da síndrome. Já as crianças sãoraramente afetadas pela doença.

Os principais sintomas do olho seco são vermelhidão, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, vista embaçada e sensibilidade à luz. O tratamento da síndrome é basicamente sintomático e inicia-se com medidas gerais, como evitar os ambientes e atividades em que os sintomas aparecem. “Fazer pausas ao trabalhar com o computador ou ler, evitar ar condicionado sempre que possível, hidratar os olhos para manter uma boa produção de lágrimas, tratar doenças oculares como conjuntivites, entre outras medidas, são os principais cuidados”, esclarece o oftalmologista.

Ainda de acordo com o especialista, caso os sintomas persistam é aconselhável que o paciente procure um oftalmologista. Nestes casos o médico recomenda o uso de colírios lubrificantes que repõem os componentes da lágrima, géis cicatrizantes quando há lesão da córnea e géis específicos para repor determinadas camadas do filme lacrimal. “É importante alertar que caso seja detectada a síndrome do olho seco e o paciente não fizer o tratamento corretamente, as consequências podem ser graves como o aparecimento de lesões na córnea que afetam a visão de forma definitiva”, afirma Dr. Carricondo.


Fonte: Assessoria Bausch+Lomb