18 de Abr de 2024

Avanços tecnológicos e qualificação médica permitem mais conforto, segurança e liberdade para quem tem catarata. A correção é cirúrgica e há casos em que o implante de uma lente monofocal e uma multifocal podem ser a solução para ficar livre dos óculos.

A cada ano, cerca de 600 mil brasileiros, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), recebem um diagnóstico de catarata e com ele o risco de cegueira. Mas trata-se de uma cegueira reversível a partir de uma cirurgia de implante de lente intraocular, a qual permite ao portador voltar a enxergar, ter autonomia, depende da lente implantada, e até, livrar-se dos óculos. Isto porque a evolução tecnológica para a produção de lentes intraoculares tem se mostrado tão acelerada que já permite a personalização total do tratamento com procedimentos específicos considerando as características únicas de cada olho.  

A catarata é a opacificação do cristalino, lente natural dos olhos e que ao amarelar, em consequência do envelhecimento, impede a passagem da luz para a formação nítida das imagens na retina e consequentemente no cérebro. "O único tratamento existente é cirúrgico", esclarece o oftalmologista Rodrigo Vaz, ao comentar que os diferentes tipos de lentes existentes podem ser combinados e oferecer a situação ideal com as vantagens de cada uma.

Escolha

Após a realização do exame oftalmológico completo, onde o diagnóstico de catarata é feito, o paciente e o médico em conjunto poderão decidir pela substituição do cristalino opaco por uma lente artificial com capacidade monofocal ou multifocal.

Há pacientes que gostam de usar óculos e optam pela monofocal, a qual, de acordo com Vaz, "é indicada para proporcionar uma visão de qualidade para longe".

A lente monofocal também tem capacidade de corrigir o astigmatismo. Trata-se de uma evolução recente das lentes intraoculares monofocais. "Até pouco tempo corrigiam somente a miopia e a hipermetropia", lembra o médico.

Lentes que corrigem o astigmatismo, denominadas tóricas, trouxeram um avanço tecnológico com a modificação da sua estrutura. O oftalmologista salienta que "a correção do astigmatismo com as lentes tóricas representa mais um ganho na qualidade de visão e liberdade os óculos".

Já as lentes chamadas acomodativas trazem outras vantagens ao portador de catarata. Devido a sua capacidade de movimentação e ajuste, para frente e para trás, melhoram a visão para longe e trazem benefícios também para perto.

Na avaliação de Rodrigo Vaz, as acomodativas oferecem ao paciente a oportunidade de melhora na visão para perto nos casos em que uma multifocal estiver contra-indicada.

Entre as impossibilidades de implante de multifocal estão, por exemplo, a detecção de algum defeito no fundo do olho. Segundo Vaz, são considerados impeditivos para a multifocal a presença de uma Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), cicatrizes ou opacidades na região central da visão.

Combinando lentes

Há ainda situações em que a combinação ideal pode ser uma mescla de lentes, com propriedades diferentes, uma para cada olho. Chama-se Mix and Match a indicação de implante de uma monofocal em um olho e uma multifocal no outro, ou uma lente acomodativa e uma multifocal. "Há casos em que este mix, personaliza a cirurgia e leva o paciente de catarata a uma satisfação superior com sua nova condição visual", destaca Vaz.

Outro aspecto assinalado pelo oftalmologista do HOB são os avanços tecnológicos que fizeram a cirurgia de catarata mais confortável e segura. Ele destaca que "anestesia tópica, incisões pequenas, livres de pontos e tempo reduzido de cirurgia estão entre os fatores-chave para maior segurança, recuperação visual mais rápida e alto índice de satisfação manifestado pelos pacientes no pós-operatório".


Fonte: http://www.jornalbrasil.com.br/