15 de nov de 2025

Especialista explica a relação entre hipertensão arterial e glaucoma, uma das principais causas de cegueira no mundo

Quem tem pressão arterial alta precisa ir ao oftalmologista regularmente. A frase, embora pareça estranha, faz sentido. Além da preocupação com as consultas ao cardiologista, pessoas hipertensas também devem fazer um check-up ocular. Isso por que estudos já apontam relação entre a hipertensão arterial e o glaucoma. A Universidade de Yale divulgou um estudo científico fazendo essa correlação. No Brasil, pesquisadores da Universidade de São Paulo fizeram experimentos com animais e comprovaram essa associação.

"A presença de hipertensão arterial em estudos demonstrou uma chance de cerca de 17% de desenvolvimento da doença", explica o oftalmologista Dr. Omar Assae.

Segunda principal causa de cegueira no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é uma doença causada por um aumento da pressão interna do olho. Essa elevação danifica o nervo óptico e limita o campo visual da pessoa afetada. Com o passar do tempo, a visão periférica vai ficando prejudicada, o que pode passar despercebido, pois a tendência é acostumar-se a essa limitação.

"O glaucoma, em geral, é uma doença insidiosa, de evolução silenciosa. Quase não há sintomas nas suas fases iniciais", diz o médico.  

Entre os principais tipos, o glaucoma de ângulo aberto é o mais comum e responde por cerca de 80% dos casos. Já o glaucoma de ângulo fechado, o secundário e o congênito são menos comuns. Além deles, há também os casos considerados emergenciais.

"Existe uma situação chamada crise de glaucoma, que, em geral, tem pressões elevadas e que gera muita dor e, se não tratada rapidamente, pode levar à perda da visão", explica.  

Uma vez instalada a doença, a principal forma de tratamento é à base de colírios. Há opção de tomar medicamentos orais ou recorrer à cirurgia, no entanto os médicos só utilizam estes procedimentos quando o tratamento inicial não surte efeito. O oftalmologista do lembra ainda que há novidades em termos de tratamento. "Já existem opções de colírios combinados e avanços em termos de cirurgia e implantes oculares". No entanto, lembra ele, as visitas regulares ao oftalmologista ainda são a melhor forma de evitar o problema.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Portal CEMA