Tão importante quanto teste da Orelhinha e do Pezinho, o “Teste do Olhinho”, ou “Teste do Reflexo Vermelho” ainda não recebe a atenção necessária. De acordo com o oftalmologista pediátrico David Kirsch,
trata-se de um exame simples, mas que é capaz de detectar problemas como catarata congênita, glaucoma, retinoblastoma, infecções, traumas de parto que precisam de um tratamento o mais rápido possível.
O exame é feito com um aparelho chamado oftalmoscópio, presente em qualquer clínica oftalmológica. “A luz vermelha do aparelho bate na retina e, quando volta com a mesma cor, mostra que está tudo bem. Caso contrário, indica que algo precisa de tratamento”, explica o médico. O teste é fácil, não dói, não precisa de colírio e é rápido (de dois a três minutos, apenas).
Em São Paulo, por exemplo, o teste já tornou prática obrigatória nas maternidades. Em hospitais paulistas, o exame é feito ainda na maternidade, antes de mãe e filho irem pra casa. Em Teresina, a maioria dos pediatras já está recomendando aos pais fazerem o teste o quanto antes.
Mesmo quem não fez o teste do olhinho pode, mesmo em casa, tentar descobrir se existe algum problema com a visão do bebê. “Às vezes, quando tiramos uma foto dos olhos da criança, observamos pontos vermelhos. Caso esse ponto apareça apenas em um dos olhos pode ser o indicativo de que existe algum problema. É o alerta para que os pais procurem um médico especializado”, lembra o médico.
Olho preguiçoso
Já no primeiro ano de vida é recomendável dar início às consultas de rotina. O especialista lembra que o olho da criança não é igual ao do adulto, pelo menos até os sete, oito anos de idade, quando ainda está em formação. “Mesmo assim é possível examinar tudo da mesma forma, mesmo as criançinhas, ainda sabendo ler as letrinhas”, disse. Um dos motivos mais importantes de se começar cedo a essas consultas de rotina é o combate a chamada “Ambliopia”, ou “Olho preguiçoso”, como também conhecida.
“Qualquer tipo de problema que esse olho venha a ter, como o estigmatismo ou a miopia, pode prejudicar a formação do olho e provocar a ambliopia. O tratamento não vai impedir a miopia, por exemplo, mas impede a formação do olho preguiçoso. Sem o tratamento, a visão não ficará tão normal quanto poderia ser”, explica.
Os pais também tem condições de descobrir se os filhos tem dificuldade de enxergar. “É difícil para criança dizer se tem algo errado ou não, até porque, ela não tem parâmetros do que é bom ou ruim, ainda. Mas, os pais podem observar coisas como, se elas batem muito nas coisas quando estão caminhando, se precisam se aproximar muito da TV para enxergar os detalhes, coisas do tipo”, destaca. Outra boa dica é fechar com a mão um dos olhos da criança. Caso ela se agite, tentando tirar a mão, é sinal de que não está vendo bem com o olho exposto.
Fonte: http://www.sistemaodia.com/