25 de Abr de 2024

Óculos 3D, mais realidade para produções do cinema
Óculos 3D, mais realidade para produções do cinema

 

Oftalmologista alerta para desconfortos como náusea e tonturas
 
Das telonas para a sala da sua casa. A novidade agora são os televisores 3D, que fazem projeções tridimensionais. Mas a inovação traz também algumas preocupações: a exposição pode causar tonturas, náusea, fadiga. Afinal, o 3D faz mal a visão?
 
A imagem em 3D é formada por meio de duas imagens, com pequenas diferenças entre si, que são sobrepostas, deslocadas uma das outras. Depois o cérebro une essas suas imagens e cria uma única com noção de profundidade. “Para ter a sensação de 3D, é necessário que aconteça no cérebro uma fusão das imagens de cada um dos olhos. É preciso que a imagem enviada ao cérebro pelo olho direito se associe com a imagem enviada pelo olho esquerdo, formando uma imagem única, tridimensional. Chamamos isso de visão estereoscópica”, conta o oftalmologista Pedro Piccoli. Como o cérebro recebe estímulos mais intensos,  dores de cabeça, enjôos e fadiga podem ser mais comuns e eventualmente mais intensos.
 
O que dizem os médicos
 
A diferença básica entre o que vemos nas telas e no dia a dia está na distância. Ao observar objetos reais, temos um foco bem específico. Já no cinema a distância é falsa e os objetos estão em um mesmo plano. “Em geral, quanto maior a tela de projeção e quanto mais próximo se está da tela, mais fortes serão os estímulos sensoriais (visão e audição) e, consequentemente, mais intensos poderão ser estes sintomas de mal estar em pessoas predispostas”, explica Piccoli.
 
Já foi ao cinema e sentiu mal estar? Não se preocupe. Esses sintomas são mais comuns do que você imagina. Agora, se isso se repete toda vez, é melhor ficar atento. Nestes casos, a melhor dica é procurar um profissional.

Vale lembrar que pessoas que tem labirintite, enxaqueca ou sofrem de epilepsia podem ter os sintomas agravados. Mas danos visuais mais graves estão descartados. “Existem pessoas que podem ter até crises convulsivas desencadeadas por estímulos visuais, mas nesse caso já estamos falando de indivíduos com uma predisposição patológica, uma doença, ainda que latente”, afirma Piccoli.
 
Telespectadores que não enxergam em 3D
 
Camila Ribeiro, 21, descobriu que não enxergava perfeitamente aos 7 anos, quando perguntou ao pai porque as pessoas tinham dois olhos, mas só enxergavam com um. “Tenho ambliopia e isso impede que eu perceba a profundidade no cinema em 3D”, conta a estudante.

A disfunção tem tratamento, mas só traz resultados quando diagnosticada antes dos seis ou sete anos de idade. “A ambliopia resulta da falta - total ou parcial - de estímulo cerebral através de um dos olhos. E isso impede que as pessoas possam ver bem em 3D”, conta Piccoli.
 
Projeto Boa Visão
 
É pensando na importância de diagnosticar disfunções visuais na infância que oftalmologistas do Hospital Barigui e colaboradores do Rotary Club desenvolvem, há mais de 10 anos, o projeto "Boa Visão".  Professores da rede pública são treinados para diagnosticar suspeitas de problemas de visão. Após a triagem desses professores, as crianças são atendidas por profissionais voluntários do Hospital Barigui de Oftalmologia. “Como pedagoga sei da importância que um exame visual pode fazer na aprendizagem de uma criança. O desinteresse pelo estudo pode estar diretamente ligado a problemas visuais. Este projeto é uma maneira do Hospital Barigui colaborar com a inclusão social”, conta Liseane Monclaro, coordenadora do projeto.

 

Fonte: Assessoria de imprensa do Hospital Barigui de Oftalmologia