30 de Out de 2024


 

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Exame de fundo de olho

Retinoblastoma é o tumor ocular (câncer) mais comum em crianças. Pode acometer um ou os dois olhos, tanto meninos quanto meninas e sem predileção por cor ou raça. O tumor pode ocorrer em crianças recém-nascidas ou até em crianças acima de 7 anos, porém a maioria dos casos é diagnosticado por volta dos 2 anos e meio a 3 anos. O retinoblastoma é um tumor que surge na retina. A retina é uma fina camada composta por células nervosas que reveste o olho por dentro, além de ser um tecido fundamental no complexo processo da visão.
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retina normal

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retina com retinoblastoma

Causa do retinoblastoma
O retinoblastoma não se pega. A criança já nasce com ele ou desenvolve nos primeiros anos de vida. Não é uma doença que se pega de alguém ou através de alguma bactéria ou vírus. Como todo tumor, o retinoblastoma ocorre por uma alteração nos cromossomos das células, nesse caso das células da retina. Ou seja, é um defeito genético. Atualmente, acredita-se que o defeito cromossômico do retinoblastoma está no cromossomo 13.
 
Setenta e cinco por cento dos casos só ocorre em um dos olhos. Em 25% dos pacientes, o tumor acomete ambos os olhos. A maioria das crianças com retinoblastoma, cerca de 90%, não tem nenhum caso desse tumor na família porém sabe-se que o fato de ter alguém na família com retinoblastoma aumenta as chances da criança apresentar esse problema. Apenas 10% das crianças com retinoblastoma tem algum caso parecido na família. Quando o retinoblastoma é hereditário, tem mais chance de acometer os 2 olhos. Os irmãos de uma criança com retinoblastoma devem realizar exames oftalmológicos regulares pois correm maior risco de desenvolver essa doença.

Sintomas do retinoblastoma
O sintoma ocular mais comum do retinoblastoma é a leucocoria, ou seja, a “mancha branca” na pupila. Isso é o contrário da pupila normal (preta) ou do reflexo vermelho quando incide luz diretamente na pupila. Essa mancha branca pode ser notada pelos pais ou pelo pediatra, ou por qualquer pessoa que conviva com a criança. Atenção: Nem todo caso de leucocoria é retinoblastoma! 
Outros sintomas comuns são: estrabismo (vesgo), pode ocorrer inflamação do olho, com vermelhidão e inchaço. A visão também está prejudicada, porém é difícil medir a visão em crianças pequenas.
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Retinoblastoma
Cura 
Em condições boas de tratamento (ou seja, hospital com recursos, médicos experientes e diagnóstico precoce), a chance de cura pode chegar a 95%. E esses pacientes ficam com a visão próxima de 100% em grande número dos casos.

A importância do teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho
Todo recém-nascido deve realizar o teste do olhinho ainda na maternidade. Nesse teste, que é muito simples e pode ser realizado pelo próprio pediatra, verifica-se a presença do reflexo vermelho após incidir uma luz na direção da pupila da criança. Qualquer anormalidade nesse exame, levanta a suspeita de uma doença ocular e o oftalmologista deve ser imediatamente consultado. Não é só o retinoblastoma que pode ser detectado nesse exame mas também catarata congênita, opacidades na córnea, infecções, etc.

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Reflexo alterado no olho direito e normal no esquerdo
 Uma fotografia pode salvar vidas
Ás vezes, a suspeita de um câncer nos olhos é levantada ao se examinar fotografias das crianças e perceber a diferença de cor entre o reflexo de um olho e o outro.
 
Diagnóstico
Uma vez levantada a suspeita de retinoblastoma, o médico oftalmologista irá realizar alguns exames para confirmar o diagnóstico:
 - Mapeamento de retina ou exame de fundo de olho: Nesse exame, após dilatar a pupila, o médico examina o olho da criança com uma lente especial e visualiza o tumor, podendo avaliar o tamanho e se há comprometimento  de outras estruturas.
Ultrassonografia ocular ou ecografia: É o exame de ultrassom. Esse exame é fundamental para avaliar o tamanho do tumor e se há descolamento da retina ou comprometimento de outras estruturas, como o nervo óptico por exemplo.
Em crianças pequenas as vezes é necessário fazer esses exames com a criança sedada ou com anestesia geral.
Tomografia computadorizada e ressonância magnética: também podem auxiliar o diagnóstico, principalmente para avaliar a presença de metástases.
 
Raramente os médicos vão precisar de uma biópsia para fazer o diagnóstico e começar o tratamento. Geralmente a biópsia só é feita quando é necessário alguma cirurgia para remoção do tumor. Crianças com retinoblastoma ou qualquer outro tipo de câncer nos olhos devem ser acompanhadas por um oftalmologista junto com um oncologista pediátrico.

Tratamento do Retinoblastoma
O tratamento do retinoblastoma mudou muito nos últimos anos e é uma verdadeira história de sucesso da medicina moderna. Então, qual o melhor tratamento para o Retinoblastoma?
O tipo de tratamento a ser feito vai ser único para cada paciente e vai depender da idade da criança, se é uni ou bilateral (ou seja, se acomete 1 ou os 2 olhos), do tamanho do tumor e se ele atinge outras partes do olho ou até mesmo outros órgãos fora do olho.
Os objetivos do tratamento são: primeiro salvar a vida da criança, depois preservar a visão e por último preservar a aparência estética do olho.

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Ultrassom antes e depois de um tratamento bem sucedido de retinoblastoma
Os tipos de tratamento existentes são:

- Radioterapia externa: O retinoblastoma responde bem a radioterapia e esse é um tratamento que tenta preservar a visão. A radioterapia é aplicada durante 3 a 4 semanas e o paciente não precisa ficar internado. Ele pode ir no hospital todos os dias, fazer a radioterapia e voltar para casa. Algumas complicações da radioterapia são a formação de catarata, de retinopatia (sangramentos na retina) e  nos ossos da calota craniana.
- Braquiterapia ou radioterapia com placas:
Nesse tipo de radioterapia são implantadas placas no olho da criança que emitem a radiação. Após alguns dias, essa placa é retirada. Durante o tratamento a criança precisa ficar internada. As complicações são semelhantes a da radioterapia externa.
- Laser fotocoagulação
Nesse tratamento, o oftalmologista emite um laser diretamente no tumor. Para casos de retinoblastoma pequeno é uma ótima opção. Além disso, a fotocoagulação com laser pode ser feita em combinação com outros tipos de tratamento como a radioterapia por exemplo.
- Crioterapia
Nesse tipo de tratamento, uma sonda faz um congelamento do tumor, ajudando a matar as células cancerosas e reduzir o tamanho da lesão. Também só é válido para tumores pequenos e precisa ser repetido algumas vezes.
- Quimioterapia
No retinoblastoma, a quimioterapia pretende fazer o que chamamos de quimiorredução, ou seja, reduzir o tamanho do tumor com os medicamentos quimioterápicos. Esses medicamentos são injetados na veia da criança e vão atingir o tumor através da corrente sanguínea. Dependendo do tipo de quimioterapia a criança pode ficar internada no hospital ou não. Após conseguir reduzir o tumor com a quimioterapia, podemos usar o tratamento com laser, com crioterapia ou com placas de radioterapia para ajudar a eliminar o tumor
- Enucleação: É a retirada cirúrgica de todo o globo ocular. Remover o globo ocular é a maneira mais segura de remover todo o câncer e salvar a vida da criança. Após essa cirurgia, é possível o implante de uma prótese para preservar a aparência da criança. As próteses modernas são tão bem feitas que quase não dá para perceber a diferença de um olho verdadeiro.

Qual o prognóstico de uma criança com retinoblastoma?
Atualmente o prognóstico de uma criança com retinoblastoma é muito bom. A grande maioria desses pacientes sobrevive e leva uma vida normal.
Nos casos em que o tumor só acomete um dos olhos (que é a maioria dos pacientes), o olho não afetado funciona normalmente e mesmo quando o olho doente precisa ser removido, o outro olho consegue dar uma visão que não restringe a criança em praticamente nada. Elas vão poder praticar esportes, brincar e estudar como qualquer outra criança. Mesmo as crianças com retinoblastoma nos dois olhos, conseguem manter uma boa visão em pelo menos um dos olhos.
O acompanhamento com o oftalmologista e com o oncologista pediátrico é muito importante e deverá ser feito por um longo tempo, tanto pelo risco do tumor no olho voltar quanto pelo risco de desenvolver outro tipo de tumor em outros órgãos do corpo. Além disso, é preciso avaliar o surgimento de catarata ou outras alterações oculares decorrentes do tratamento.
 
 
 
 
Fonte: Portal Médico de Olhos