Usado para o tratamento do Ceratocone, o CrossLink é uma boa notícia para os pacientes que esperam por um transplante de córnea. A nova técnica consiste no enrijecimento da córnea, evitando mudança na sua curvatura. Estudos realizados na Europa, onde foi desenvolvido, mostram que o procedimento conseguiu estacionar o avanço da doença na maioria dos casos observados.
Com o novo tratamento, estima-se que de 10% a 20% dos portadores da doença que aguardam uma nova córnea serão beneficiados. O procedimento é indolor e não-invasivo, oferecendo risco mínimo e permitindo que o paciente retome suas atividades em apenas uma semana.
“Antigamente, quem recebia o diagnóstico de Ceratocone estava ciente de que a doença ia progredir, restava saber se muito ou pouco. Estacionar o avanço do problema é inédito na medicina”, diz Jae Min Lee, mestre em Oftalmologia pela UNIFESP e diretor do Hospital Medicina dos Olhos, em São Paulo.
O Ceratocone é uma deformação da córnea que acomete uma em cada 2.000 pessoas no mundo, sendo uma das principais causas de transplante de córnea na atualidade. Os oftalmologistas acreditam que o número de pessoas que sofrem com esta doença seja bem maior, já que em muitos casos os sintomas não são aparentes. O problema costuma aparecer no inicio da adolescência e tende a estacionar entre os 30 e 40 anos de idade. O que caracteriza o Ceratocone é o aumento na curvatura da córnea e o afinamento de sua parte central. A alteração na curvatura faz com que os raios de luz entrem distorcidos para dentro do olho, fazendo com que o foco da imagem na retina seja comprometido. As causas ainda não foram inteiramente esclarecidas, mas o fator genético deve receber atenção para um diagnóstico precoce. No estágio mais avançado, as lentes de contato indicadas para esta doença não conseguem mais oferecer visão satisfatória, pois causam desconforto. A indicação do transplante de córnea nesse caso é frequente.
Fonte: Assessoria Hospital Medicina dos Olhos