Crianças e jovens estão entre os mais infectados

Herpes ocular. Você já ouviu falar dessa patologia? Pois bem, ela existe e é tão comum quanto a herpes labial e herpes genital. Porém, a herpes ocular é uma infecção da córnea, infectada pelo vírus do herpes simples. “Caso não seja tratada de forma imediata e com diagnóstico correto pode levar a pessoa à cegueira”, alerta a ofalmologista Raquel Nunes.

Ela explica que os sintomas de uma infecção na córnea por herpes simples pode se assemelhar a uma inflamação bacteriana leve, pois os olhos se tornam levemente dolorosos, lacrimejantes e sensíveis à luz. “Mas, como uma infecção por herpes não responde a antibióticos, ela continua a se espalhar e o uso de colírios com corticóide na maioria dos casos pode piorar muito o quadro clínico. Por isso, é necessário um diagnóstico detalhado e correto”, explica a especialista.

De acordo com a oftalmologista, o herpes ocular, como o labial, geralmente é causado pelo vírus do herpes simples - HSV do tipo 1. E é diferente do vírus tipo 2 - causador do herpes genital e do vírus do herpes zóster, que pode ser transmitido pelo contato direto com gotículas de saliva, secreção nasal ou com o conteúdo líquido das lesões no lábio e na face de um portador da infecção. “O vírus do herpes simples é diferente do herpes associado à doença sexualmente transmissível, ou seja, o herpes ocular não é considerado uma DST – Doença Sexualmente Transmissível”, conta Raquel Nunes.

Em geral, as principais manifestações da doença são unilaterais, isto é, aparecem apenas em um dos olhos. Elas podem incidir na pálpebra, sob a forma de pequenas vesículas que, depois de duas semanas secam e criam crostas; na conjuntiva, com sintomas semelhantes aos da conjuntivite provocada por outros vírus, bactérias ou fungos; e na córnea (ceratite herpética), a mais grave, porque pode provocar uma inflamação recorrente e a formação de úlceras e de cicatrizes que podem levar à perda progressiva da visão, se a doença não for tratada a tempo.

Crianças e Jovens

As pessoas mais propensas à doença são crianças e jovens de até 15 anos de idade. “Muitas vezes, o herpes ocular é confundido com uma conjuntivite ou outra inflamação, sendo que a lesão corneana é mais comum, com alterações discretas da córnea”, diz Raquel.

Para a médica, o problema é que a partir do momento que a pessoa entra em contato com o vírus, as feridas podem aparecer sempre que a pessoa esteja com baixa imunidade ou passar por situações física e emocionalmente estressantes.

Sintomas

Os sintomas característicos do herpes ocular são olhos vermelhos e lacrimejantes, dor ocular, visão turva, ardência, fotofobia, edema, sensação de corpo estranho nos olhos. A princípio, a pessoa pode pensar estar com uma conjuntivite ou até mesmo a sensação de um corpo estranho no olho. A inflamação causa dor, hiperemia (excesso de sangue) e edema palpebral, que pode comprometer a córnea. O herpes ocular deve ser considerada uma urgência oftalmológica, com início do tratamento imediato.

Causas

Estresse, febre, problemas de saúde bucal ou pós-cirúrgicos, queimadura de sol e traumas são as principais causas do aparecimento do herpes. Mais da metade da população mundial já entrou em contato com esse vírus.

Fatores de risco

A maior parte das pessoas já foi infectada pelo vírus do herpes que se instala na raiz nervosa e ali permanece latente, silencioso. Nessa primeira infecção, raramente aparecem manifestações clínicas da doença. No entanto, elas podem surgir com a exposição a certos fatores de risco, tais como: viroses, baixa de imunidade, exposição excessiva ao sol, febre, traumas, distúrbios odontológicos e pós-cirúrgicos, estresse físico e emocional.

Diagnóstico

O diagnóstico do herpes ocular causado pelo vírus do herpes tipo 1 Ieva em conta os sintomas e sinais da doença. É fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial com o herpes zóster, que apresenta sintomas semelhantes, mas é provocado pelo vírus da varicela (catapora).

Tratamento

O tratamento deve ser estabelecido considerando o aspecto, o local e a extensão das lesões. A maioria dos pacientes responde bem ao uso de medicamentos antivirais por via oral ou sob a forma de colírios ou pomadas.

Quanto mais depressa começar o tratamento, melhor será o prognóstico. Não se pode descartar, porém, a ocorrência de novas crises, já que o vírus do herpes simples permanecerá latente para sempre no organismo da pessoa infectada.







Fonte: JorNow