Para aumentar o número de cães-guias disponíveis para cegos, o governo de São
Paulo lançou, no início deste mês, um programa para treinar mais cachorros.
O espaço, que será instalado na Universidade São Paulo, terá capacidade para 92 animais. O programa é uma parceria com a faculdade de veterinária.
O Brasil tem hoje 1,2 milhão de cegos e cerca de 80 cães-guias, segundo a Organização Não-Governamental Iris. O órgão, que comemorou no dia 02/05 o Dia do Cão-Guia com uma ação no shopping Iguatemi (zona oeste de São Paulo), tem uma fila de espera de quase 3.000 pessoas.
O analista de sistemas Gabriel Vicalvi, 25, aguarda há três anos por um animal treinado. Ele conta que um amigo chegou a pagar R$ 30 mil por um. A Iris, que não cobra pelos cães, diz que enfrenta dificuldades para treiná-los.
Segundo Thays Martinez, presidente da ONG, é difícil conseguir financiamento e o treinamento é longo - cerca de dois anos. Neste ano, o instituto pretende entregar quatro animais.
Com o cachorro, o cego tem maior facilidade em desviar de obstáculos, como orelhões e lixeiras - mais difíceis de detectar com a bengala. Além disso, eles são treinados para encontrar cadeiras vazias no metrô ou escadas rolantes a partir de um comando do dono.
Para aqueles que conseguem o cão a dificuldade é fazer com que ele seja aceito. "Já tive que mudar de casa, porque as pessoas acham que ele vai morder", diz a cantora lírica Liana Maria Conrado. Mas ela não abre mão do animal. "A bengala para mim é um estigma, aquela coisa do ceguinho coitadinho. O cão-guia muda sua vida".
Fonte: Portal Ler Para Ver