Receber oxigênio o mais rápido possível deve ser prioridade em casos de deslocamento de retina, conforme estudo efetuado com animais e publicado no American Journal of Ophthalmology. 

O deslocamento de retina ocorre em 25 mil americanos anualmente, podendo levar à cegueira. A doença frequentemente é causada pela presença de orifícios ou dilaceramentos na retina, um fino revestimento de fibras nervosas e células sensíveis à luz, que recobre a parede interna do olho. Geralmente, requer cirurgia emergencial. Hipermetropia, glaucoma, diabetes, lesões severas nos olhos e idade avançada consistem em riscos para o deslocamento. 

"A terapia com oxigênio reduz a extensão do dano em células foto-receptoras da retina", afirma Steven K. Fisher, Ph.D., diretor do Instituto de Pesquisas de Neurociência da Universidade da Califórnia, Sta. Bárbara. 

Os foto-receptores possuem a maior velocidade metabólica do corpo, com apenas uma única fonte de oxigênio. Separados dessa fonte, morrem rapidamente. A provisão imediata de oxigênio, pelo uso de máscaras do tipo utilizado diariamente em hospitais, protege as células no período anterior à cirurgia. 

Sinais de deslocamento de retina incluem luzes intermitentes ou presença de uma cortina acinzentada que se move no campo de visão. Durante o deslocamento, a retina é separada de sua fonte de nutrientes e oxigênio. Com a terapia, a mesma recebe o suprimento necessário dessas moléculas. 

"Os experimentos tinham o objetivo de avaliar se o suplemento de uma das principais fontes de energia dos foto-receptores facilitaria a sobrevivência dos mesmos. O oxigênio alcança a região externa da retina de forma específica e rápida quando os níveis inalados são suplementados. Além disso, o oxigênio é prontamente disponível na maioria dos estabelecimentos clínicos, havendo muito conhecimento e experiência em sua administração em casos de doenças cardíacas e respiratórias", informam os auores do estudo. Outra complicação advinda do deslocamento da retina, mesmo após a cirurgia, é o desenvolvimento de uma doença chamada vitreo-retinopatia proliferativa. 

"A porção reposicionada da retina torna-se um foco para a cicatrização de células denominadas "células gliais", que se espalham na retina circundante, incluindo-se as áreas retinais que não haviam sido previamente deslocadas, induzindo o deslocamento ou evitando a recuperação dos foto-receptores", explica Geoffrey P. Lewis, Ph.D., autor principal do estudo. 
 
A provisão de oxigênio durante o deslocamento reduz todos os tipos de anormalidades celulares induzidas. 



Fonte: American Journal of Ophthalmology