Queda em número de consultas chega a 35% e pacientes têm doenças oculares agravadas por falta de acompanhamento médico

Com o avanço da vacinação e o número de mortes pela Covid-19 em queda, os cuidados com a saúde ocular devem ser retomados. É o que orienta o oftalmologista, Dr. José de Barros. Para o médico, ainda é baixa a procura por consultas, exames e outros procedimentos, quando comparada a anos anteriores. “Os pacientes não devem esperar mais para buscar atendimento oftalmológico, pois a prevenção e o diagnóstico precoces podem fazer muita diferença na hora de tratar doenças oculares. As unidades de saúde estão preparadas para recebê-los, pois seguem rigorosas normas de biossegurança”, assegura.

De acordo com o médico, estudos recentes apontam para uma queda em torno de 35%, em número de consultas. Isso significa que, na pós-pandemia, os brasileiros continuam correndo risco de danos permanentes à visão. Metade dos casos de deficiência visual e cegueira são evitáveis, mas a população tem negligenciado a saúde ocular. “Temos observado, por exemplo, idosos com catarata que têm postergado a cirurgia e chegam no consultório já com prejuízo de qualidade visual”, revela.

Vale lembrar que outros problemas, como o glaucoma, também têm sido postergados devido à pandemia. “São pacientes sem controle medicamentoso adequado e, quando procuram atendimento, apresentam uma progressão do quadro glaucomatoso, em virtude da perda do acompanhamento”, explica o oftalmologista.

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e ceratocone também estão na lista de doenças oculares que preocupam na pós-pandemia. “Algumas pessoas com ceratocone têm nos procurado com muito tempo de atraso. Às vezes levam as lentes de contato de adaptações anteriores inadequadas, que podem agravar a evolução do quadro ou mesmo aumentar o risco de transplante de córnea”, comenta o médico.

Para o Dr. José de Barros, é essencial buscar atendimento oftalmológico o quanto antes. “É indispensável consultar o oftalmologista, mesmo sem sintomas, já que algumas doenças oculares são assintomáticas e outras se manifestam em estágio avançado, quando a visão está comprometida”.

Erros Refrativos

Outras patologias que preocupam a classe médica, neste período de pós-pandemia, são os erros refrativos. “Muitos pacientes têm tido modificações bem significativas, às vezes de um grau ou mais, o que compromete a qualidade da visão”, afirma o oftalmologista.

Os casos que mais chamam a atenção são os de miopia, doença considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como alarmante, pois chega a atingir até 80% da população em vários países. O uso prolongado de dispositivos eletrônicos combinado com a falta de atividade física e exposição ao ar livre e sol são os fatores de risco para a doença, cujo aumento ocorre especialmente entre crianças e jovens.

Estação

A chegada do verão também preocupa os oftalmologistas, porque nessa estação algumas doenças oculares tendem a ser mais comuns. Dentre elas, conjuntivite, pterígio, ceratite, alergias e algumas viroses. “Isso se deve às altas temperaturas, que favorecem a proliferação de fungos, bactérias e vírus na água e em ambientes fechados, quentes e úmidos”, explica o médico.

Para minimizar os impactos desses fatores e evitar contrair enfermidades, o médico recomenda manter as mãos sempre limpas e higienizadas, evitar tocar ou coçar os olhos, usar colírio lubrificante, protetor solar específico para o rosto e, sempre que exposto ao sol, óculos escuros com proteção contra raios UVA e UVB. Quanto ao contágio com a Covid-19, diversas pesquisas já comprovaram que essa infecção é pouco provável no filme lacrimal, sendo baixo o risco de transmissão por meio das lágrimas. “Estudos apontaram que o olho é dificilmente acometido pelo coronavírus. A probabilidade de contaminação é menor que 3%. Entretanto, é indispensável manter uma boa higiene”, reforça.

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Instituto de Olhos do Recife – IOR