Disfunção está acontecendo com hipermétropes depois da pandemia. Entenda

telas

A pandemia fez a maioria dos brasileiros passar mais horas/dia olhando para as telas do computador, tablet ou smartphone. O oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto conta que neste período diagnosticou vários casos de vista cansada ou presbiopia que é a dificuldade de enxergar próximo, em pacientes com cerca de 36 anos. “Significa que as telas estão adiantando a perda da visão de perto e reduzindo a produtividade de pessoas economicamente ativas”, salienta. O problema tem surgido predominantemente em pessoas com hipermetropia, dificuldade de enxergar próximo decorrente do formato mais plano da córnea. A estimativa é de que 15% deste grupo seja atingido pelo problema.

O oftalmologista explica que nos hipermétropes o esforço visual concentrado diante das telas faz a musculatura se acomodar e focalizar só o que está perto. Por isso, o excesso de telas agrava ainda mais a dificuldade já latente de realizar trabalhos próximos. Para quem é míope a presbiopia pode até permitir uma melhora da visão de perto sem óculos. Isso explica porque míopes costumam tirar os óculos para ler quando já são presbitas. O médico afirma que a presbiopia geralmente aparece entre 40 e 45 anos. “É causada pelo envelhecimento natural dos olhos. Os efeitos são a diminuição da visão de perto devido à perda de flexibilidade do cristalino e músculos ciliares responsáveis pela mudança automática de foco nas diversas distâncias”, explica. 

Outros fatores de risco

Queiroz Neto afirma que entre mulheres a menopausa precoce também antecipa a presbiopia. Outros fatores de risco são o fumo, álcool, exposição a altas temperaturas, trauma, uso de ansiolítico, antidepressivo e antipsicótico. Comorbidades com o diabetes e doença vascular também podem antecipar a vista cansada.

Miopia em crianças

Entre crianças um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostra que dos 295 especialistas entrevistados sete em cada 10 identificaram aumento da miopia em crianças de 0 a 19 anos. O levantamento reitera uma pesquisa anterior realizada por Queiroz Neto com 390 crianças de seis a nove anos em que constatou um aumento de 12% para 21% da miopia na infância. O oftalmologista explica que até a idade de oito anos os olhos estão em desenvolvimento. Por isso, o excesso de esforço visual para perto causa um espasmo nos músculos ciliares que resulta em miopia acomodativa. Significa que pode ser revertida com mudança de hábitos. Depois que está estabelecida, determinar o máximo de duas horas contínuas no celular ou computador e praticar atividades ao ar livre durante o dia, ajudam a controlar a progressão, mas não eliminam a miopia.

Novidades em tratamento

A boa notícia é que ninguém precisa parar de usar o celular ou computador para manter a saúde dos olhos. Recentemente chegou ao Brasil uma lente que diminui o estresse dos músculos ciliares. Por isso evita a presbiopia precoce causada pelo espasmo desses músculos e melhora o conforto visual de quem passa o dia todo na frente do computador. O controle da miopia em crianças pode ser feito com o uso de uma lente de contato de descarte diário que diminui em até 60% a progressão da miopia e é indicada para crianças de oito a 12 anos. “Meus pacientes que usam esta lente se adaptaram bem por ser gelatinosa e ter alta permeabilidade de oxigênio”, afirma o médico.

O especialista diz que impedir a evolução para alta miopia, acima de seis dioptrias ou graus evita doenças como a catarata, descolamento de retina e glaucoma que podem cegar.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Instituto Penido Burnier