Em tempos de pandemia, muitas pessoas optam por viajar de carro

As férias estão chegando. Nesse ano tão atribulado, muita gente está pensando em pegar o carro e cair na estrada. Os cuidados, no entanto, precisam ser redobrados já que, tradicionalmente, essa época registra um aumento sensível na quantidade de acidentes de trânsito: nos últimos anos, aproximadamente 280 mil ocorrências nas estradas brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), um dado alarmante é que não são problemas mecânicos os principais causadores de acidentes, mas os problemas de visão — além da falta de atenção e ingestão de bebida alcoólica — que estão entre os maiores responsáveis por mortes e feridos nas vias. "Doenças de visão e problemas refracionais podem diminuir a acuidade ou o campo visual do motorista, o que pode alterar seus reflexos, comprometendo sua habilidade motora e a tomada de decisões exigidas no trânsito", explica o oftalmologista Dr. Jonathan Lake. Ele defende que, além da revisão mecânica do veículo, visitas regulares ao oftalmologista ajudam a aumentar a segurança de quem vai dirigir pelas estradas do país.

Por isso, o médico ressalta a necessidade de realizar o exame oftalmológico de rotina, que verifica a visão central, responsável por identificar os detalhes; a visão periférica, que constata a capacidade visual frontal e ao redor do campo de visão; além dos vícios de refração. "Ao usar uma lente com o grau defasado, o motorista está aumentando significativamente a possibilidade de sofrer ou provocar colisões", assegura Jonathan Lake. Ele destaca ainda que a ardência nos olhos, a fotofobia e o ofuscamento à noite pelos faróis também podem atrapalhar muito. "Na maioria das vezes, a ardência é causada por olho seco, exacerbado pelo vento, ar-condicionado e muito tempo de concentração. Para evitar o problema, recomenda-se lubrificar os olhos, piscar com frequência e não dirigir mais do que duas horas seguidas sem parar para lavar o rosto com água fria. Já a fotofobia pode ser amenizada com uso de óculos de proteção solar com antirreflexo e proteção contra raios ultravioletas e o ofuscamento pode ser amenizado com o uso de lentes especiais", orienta o especialista.

Problemas como catarata, glaucoma, degenerações retinianas, visão monocular e até mesmo o estrabismo também tendem a dificultar o desempenho do motorista. Segundo o Dr. Jonathan, o que preocupa é que mesmo as pequenas variações na visão podem trazer dificuldades sutis. Como consequência, promovem a redução no tempo de reação do condutor do veículo. "Um checkup anual é essencial porque nos possibilita descobrir essas alterações logo no início e tratá-las antes de se tornarem graves." O oftalmologista lembra ainda que pessoas acima de 65 anos devem ter cuidados redobrados com a visão, pois com o envelhecimento há uma queda na acuidade visual. "Os idosos são mais propensos a desenvolver catarata e glaucoma. Com a catarata, o cristalino vai ficando opaco, o que impede a luz de atravessá-lo e chegar até a retina, resultando em imagens distorcidas. Um perigo para quem pega o volante", enfatiza.

O médico é categórico ao afirmar que a combinação álcool e volante deve ser evitada sempre. Além de produzir prejuízos sensoriais e cognitivos, a ingestão desse tipo de bebida compromete o sistema visual, diminuindo o filme lacrimal e distorcendo a imagem que se forma na retina, produzindo halos, conhecidos como círculos luminosos. O álcool altera ainda a noção de distância e profundidade, por comprometer os músculos que controlam o foco da visão (musculares ciliares). A pupila, responsável por controlar a entrada de luz nos olhos, contraindo com o excesso de iluminação e dilatando em ambientes mais escuros, também pode se dilatar na presença de bebidas alcoólicas e prejudicar o foco. "Estar no comando de um veículo é uma responsabilidade não só com a própria vida, mas, principalmente, com a vida de outras pessoas", conclui Dr. Jonathan Lake.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: assessoria de comunicação do Grupo Opty