Cuidados especiais com a visão podem melhorar a qualidade de vida

Down

“Ninguém fica pra trás” é o tema 2019 do Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março. A data tem como objetivo conscientizar sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, bem-estar e a inclusão dessas pessoas em todas as esferas da sociedade. A síndrome de Down, que acomete cerca de 300 mil pessoas no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geogrfia e Estatísitica (IBGE), não é uma doença, mas uma ocorrência genética determinada pela presença de 47 cromossomos nas células de uma pessoa, em vez de 46, como a maior parte da população. Segundo Dr. Guilherme Rocha, oftalmologista, indivíduos com a síndrome manifestam tendência a apresentar problemas de visão. Entre os mais comuns estão as alterações palpebrais; erros de refração (miopia, astigmatismo e/ou hipermetropia); ceratocone; catarata; canais lacrimais obstruídos; estrabismo; blefarite; e nistagmo, movimento rápido dos olhos. 

“Apesar de serem problemas que podem ocorrer em qualquer criança, tendem a acontecer com mais frequência, e às vezes de uma forma mais acentuada, nos pacientes com essa condição genética. E cuidar da saúde ocular é fundamental, já que a visão tem influência direta na aprendizagem e desenvolvimento neuropsicomotor de todas as pessoas”,explica o médico.

Problema que afeta cerca de 20% das crianças com síndrome de Down, o estrabismo – quando os olhos apontam para direções diferentes, de vez em quando ou constantemente – é outra patologia que pode ser diagnosticada e deve ser tratada mais precocemente possível. “Nesse caso, a visão desviada tende a reduzir com o tempo, se não tratada corretamente”, afirma o Dr. Guilherme. Aproximadamente 40% das crianças com síndrome de Down em idade pré-escolar apresentam hipermetropia, que pode estar associada a um estrabismo convergente; outras 14% são míopes, ou seja, conseguem ver objetos próximos, mas têm problemas para ver à distância; e 30% têm astigmatismo, quando a imagem vista é distorcida porque fica mais fora de foco em uma direção do que na outra. “Independentemente de terem problemas de refração, muitas crianças com síndrome de Down têm dificuldade em focalizar objetos próximos e precisam usar óculos com mais frequência que o restante da população”, alerta o Dr. Rocha.

Também bastante comum em indivíduos com a síndrome, o ceratocone, que se manifesta por um astigmatismo elevado ou por uma diminuição da acuidade visual, afeta entre 10 e 15% dos adultos. A doença pode aparecer na adolescência e é extremamente rara em crianças. “Felizmente, a maioria das condições são tratáveis, seja por uso de óculos, tratamentos médicos específicos ou intervenção cirúrgica”, afirma o oftalmologista, que lembra a importância de realizar o quanto antes exames capazes de identificar problemas que podem acarretar perda da visão, como o Teste do Olhinho, feito nos recém-nascidos. “Toda criança deve fazer sua primeira consulta oftalmológica durante os três primeiros meses de vida, repetir aos seis, aos 12 meses e anualmente daí para frente. Assim, é possíveldetectar prematuramente doenças como a catarata congênita – quando parte ou todo o cristalino torna-se opaco. Alguns bebês podem até mesmo perder a visão do olho afetado, se o problema não for identificado cedo. A prevenção é sempre a melhor opção”, ressalta o Dr. Guilherme Rocha.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Assessoria de comunicação do Grupo Opty