Especialista do Grupo Opty explica os efeitos da doença na visão

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Com o objetivo de esclarecer a população sobre os riscos da doença, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Diabetes. O dia 14 de novembro também é a ocasião perfeita para reforçar a importância da realização do exame de fundo de olho anualmente, para a detecção da retinopatia diabética, a maior causa de cegueira na população abaixo dos 60 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Trata-se de uma oportunidade de orientar a comunidade para as complicações associadas ao diabetes, que pode trazer sérias consequências para a visão, por exemplo. O objetivo é não somente conscientizar a população, como também melhorar a qualidade de vida dos portadores dessa doença", comenta o Dr. Renato Braz Dias, oftalmologista do Grupo Opty.

Hoje, no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira do Diabetes, há mais de 13 milhões de pessoas convivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população. E esse número não para de crescer. Em muitos casos, o diagnóstico demora a ocorrer, o que favorece o aparecimento de complicações, inclusive comprometendo a saúde ocular. A boa notícia é que fazendo exames regularmente e o acompanhamento oftalmológico é possível manter os problemas sob controle.

O exame de fundo de olho pode trazer informações importantes em pessoas de todas as idades. Diversas doenças podem ser detectadas, entre elas alterações metabólicas, como o diabetes mellitus.

Diabetes e visão

O diabetes pode acarretar inúmeros problemas à saúde da população, entre eles alterações oftalmológicas. A concentração elevada de glicose no sangue predispõe a inchaço dos tecidos, má irrigação sanguínea e aumento do risco de infecções. Dessa maneira, algumas das alterações mais comuns que podemos encontrar nos olhos, decorrentes do controle inadequado do diabetes, são:

  • Alterações na córnea, com redução de sensibilidade e com úlceras recorrentes.
  • Alterações neurológicas, com alteração de nervo óptico e de demais nervos cranianos envolvidos na sensibilidade e motilidade oculares. 
  • Alterações do cristalino, com mudança de seu poder óptico conforme varia a glicemia ao longo do dia, ou até mesmo o desenvolvimento de catarata. 
  • Alterações na íris, reduzindo a capacidade de ajuste das pupilas, quando expostas a ambientes mais ou menos iluminados. 
  • Alterações na retina, com inchaço, sangramentos ou até mesmo descolamento de retina em casos mais avançados.

"O controle glicêmico por meio de dieta, de exercício físico e de medicações deve ser intensivo e muito bem ajustado pelo médico clínico ou endocrinologista, uma vez que a retinopatia diabética mal controlada é causa importante de perda de visão irreversível", explica o Dr. Renato Braz Dias. "Devido a esse risco, é essencial a realização do exame anual de fundo de olho para avaliar o controle do diabetes em fases iniciais, sendo que esse intervalo de repetição pode ser reduzido, quando as complicações oculares progridem", complementa o oftalmologista.

Tratamentos possíveis

Quando a retinopatia diabética avança, existem algumas opções de tratamento que podem ser utilizadas e que dependem de avaliação caso a caso. São elas:

1) A fotocoagulação retiniana a laser, método importante porque pode minimizar os prejuízos gerados por áreas doentes da retina ou até mesmo impedir o vazamento de líquido por microaneurismas retinianos.

2) A injeção de medicação dentro do olho pode se fazer necessária, quando surge o inchaço de retina na região responsável pela visão central, a mácula. Essa medicação possibilita que o líquido que gera o inchaço retiniano seja reabsorvido.

3) A cirurgia chamada de vitrectomia posterior pode ser necessária em casos extremos, com o acometimento retiniano mais grave, quando há o descolamento de retina ou o sangramento vítreo.

"As implicações de um diabetes mal controlado podem ser muito graves. Por esses motivos, a boa adesão ao tratamento e uma atenção multidisciplinar são imprescindíveis. O acompanhamento regular com o oftalmologista é fundamental para a prevenção e os devidos cuidados de lesões oculares que não produzem sintomas em fases iniciais. Meu conselho é: consulte seu médico oftalmologista para obter a melhor assistência possível", afirma o oftalmologista.

Diabetes em números

De acordo com dados de 2017 da Organização Mundial de Saúde, são 425 milhões de diabéticos no mundo: 1 em cada 11 adultos é diabético. Em 2040, serão 642 milhões de pessoas com a doença, que atinge todas as idades. O Brasil ocupa o 3º lugar em número de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1. Estima-se que cerca de 40% das pessoas com diabetes não sabem que têm a doença na América Latina. O Brasil ocupa o 4º lugar entre os países com maior número de pessoas que desconhecem seu diagnóstico, daí a importância de ações de conscientização sobre a doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, 90% dos pacientes com diabetes tipo 1 e 60% com o tipo 2 devem desenvolver a retinopatia diabética ao longo da vida. Não existe cura para a doença, e o diagnóstico precoce somente é possível com a consulta rotineira ao oftalmologista.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Assessoria de comunicação do Grupo Opty