A doença que atinge mais de 12 milhões de pessoas no mundo é mais preponderante entre os idosos, mas há outros fatores de risco, como raça e classe socioeconômica

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Conforme a idade avança, o risco de desenvolver determinadas doenças aumenta. Um exemplo disso é o glaucoma, que acomete, principalmente, pessoas acima de 60 anos, sendo que aos 70 a chance de ter o problema sobe para 10%. No entanto, não é somente a idade o único fator de risco. “O glaucoma de ângulo aberto, o tipo mais comum no Brasil, tem relação também com níveis socioeconômicos, sendo observado um maior número de acometidos entre a população de baixa renda. Os afrodescendentes também são mais propensos a ter a doença”, afirma o oftalmologista Dr. Carlos Roberto Domingos Pinto. Além disso, o histórico familiar é outro fator de risco, bem como outros fatores.

O glaucoma de ângulo aberto representa 90% dos casos, geralmente não tem sintomas, e acontece, principalmente, em decorrência do aumento da pressão intraocular. Já o de ângulo fechado, menos comum, vem acompanhado de dores fortes de cabeça e nos olhos, podendo causar perda de visão em questão de horas, após o aparecimento dos sintomas. “Há outros tipos de glaucoma, como o congênito, que ocorre quando a pessoa já nasce com a doença, e os glaucomas secundários, que podem estar relacionados a alguma inflamação intraocular, uso de drogas, consequência de alguma cirurgia intraocular, e vários outros fatores”, detalha o médico.

Atualmente, o glaucoma é responsável por 12,3 milhões de casos de cegueira no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Só no Brasil, são cerca de 1 milhão de casos, segundo estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Até 2020, serão 80 milhões de pessoas vivendo com a doença. É uma das maiores causas de cegueira irreversível no mundo, dividindo o “pódio” com a Diabetes e Degeneração Macular. O glaucoma é uma enfermidade relacionada à lesão do nervo óptico, que faz a conexão entre o cérebro e os olhos. Quando há essa perda de comunicação entre esses dois órgãos, a pessoa perde a visão. “Não há dúvidas também da importância dos níveis de pressão intraocular na instalação da doença. Sabe-se que o dano ao nervo, provocado por essa pressão, leva ao glaucoma”, explica o especialista.

Por ser uma doença silenciosa, muitos pacientes chegam ao oftalmologista com a doença em estágio avançado. “Essa demora no diagnóstico pode levar à incapacitação do paciente. Fora os custos do tratamento, os exames e cirurgias necessários”, ressalta. O diagnóstico do glaucoma é feito por meio de avaliação do nervo ótico e realização de campimetria, um exame que avalia a percepção visual central e periférica.

O tratamento é baseado no uso de colírios, terapias a laser ou cirurgia. “A cirurgia tem como objetivo diminuir a pressão intraocular, criando uma drenagem, um novo trajeto para o humor aquoso (fluido que regula a pressão intraocular). Vale colocar que, mesmo assim, existirão outros fatores relacionados à progressão da doença. O médico consegue alterar os níveis de pressão, mas não há cura completa”. Atualmente, já existem novos tipos de laser, que trazem resultados promissores. No entanto, a melhor forma de combate à doença é a prevenção. Consultas anuais ao oftalmologista podem ajudar a descobrir a enfermidade, antes do agravamento do quadro.

 

 

 

 

Fonte: Hospital CEMA