A oncocercose afeta, pelo menos, 700 pessoas, na província angolana do Bié, e do total de casos cerca de 30% dos diagnosticados já estão cegos. O alerta foi dado pela Organização Não-Governamental (ONG) Solidariedade Evangélica de Angola (SOLE), que das 700 consultas realizadas diagnosticou casos de oncocercose filária. A oncocercose ou cegueira dos rios é uma doença endêmica na Angola, que integra o grupo de doenças tropicais negligenciadas. O médico oftalmologista, líder da equipe que trabalhou durante 15 dias pela 12.ª vez no Bié, Dr. Steven Cole, apelou para que as autoridades sanitárias angolanas realizem campanhas de prevenção contra a doença.

"É tempo para o Governo aplicar as forças para prevenir esta doença completamente prevenível, mas precisa de campanhas de tratamento (...) ", disse o médico em declarações emitidas pela rádio pública angolana.

A cegueira dos rios é transmitida de pessoa para pessoa pela picada da "mosca preta", que é o hospedeiro intermediário do parasita e tem como habitat os rios e riachos com curso rápido de água. O mapeamento da oncocercose, doença que afeta a pele, olhos e tecido linfático, na Angola iniciou-se, numa primeira fase em 2002, usando a metodologia de Mapeamento Epidemiológico Rápido de Oncocercose (REMO).

Os resultados do REMO (2002-2011) indicam que a oncocercose é endêmica em nove das 18 províncias do país, nomeadamente Bengo, Benguela, Moxico, Lunda Sul, Lunda Norte, Huíla, Cuando Cubango, Cuanza Norte e Uíge. Entretanto, os resultados de mapeamento com biopsia (2015-2016) mostram que as províncias do Bié, Huambo e Cuanza Sul também são endêmicas.

No referido documento é sublinhado que as províncias do Bié e do Huambo deveriam receber a primeira campanha comunitária para o tratamento de oncocercose no final de 2017, com apoio de implementação de parceiros.

 

 

 

 

 

Fonte:https://www.jn.pt