Catarata infantil tem tratamento

As crianças mais suscetíveis ao problema são os recém-nascidos de mães que tiveram alguma infecção na gestação

A cada 10 mil nascimentos, em torno de seis crianças são portadoras de catarata. Trata-se da catarata congênita ou infantil, que tem a cirurgia como único tratamento eficaz. Apesar de alguns oftalmologistas ainda orientarem aos pais a aguardar até que a criança chegue aos dois anos de idade para que a cirurgia seja realizada, a agilidade em iniciar o tratamento é o que determinará a qualidade da visão daquela pessoa para o resto da vida.

Estima-se que hoje, no mundo, cerca de 1,5 milhão de crianças sejam deficientes visuais. A catarata congênita responde pelo motivo de 10% a 20% desses casos, e representa a principal causa de cegueira tratável na infância.

A criança tem pressa, diz o oftalmologista Dr. Leonardo Akaishi, especialista em catarata infantil. Ele explica que o cérebro do bebê precisa ser estimulado para formar os registros das imagens e isso acontece através da visão. Como a catarata se caracteriza pelo fato da lente natural do olho, o cristalino, tornar-se amarelado e opaco, a percepção dos objetos é prejudicada nessas situações e acarreta prejuízos irreversíveis na visão quando o tratamento não é feito no tempo adequado.

Esse tempo deve ser imediato ao diagnóstico de catarata, para permitir que as imagens se formem perfeitamente no cérebro da criança e ela aprenda corretamente a ver e definir os objetos. Dois anos de idade não é o ideal quando o problema se instala bem antes disso, diz o médico que já operou bebês com seis dias e confirma a excelente resposta do procedimento relacionado ao estímulo que o cérebro passou a receber.

Limite

Quando se passa muito tempo para o tratamento da catarata infantil, se estabelece a ambliopia, que é a baixa qualidade de visão por falta de estímulo e, em alguns casos, não há mais o que ser feito, e a pessoa passa a ter a vida limitada por uma deficiência que se assemelha à cegueira. A catarata congênita é detectada, na maioria dos casos, com a aplicação do teste do olhinho nos primeiros dias de vida. As crianças mais suscetíveis ao problema são os recém-nascidos de mães que tiveram alguma infecção na gestação, entre as quais as causadas por citomegalovírus, toxoplasmose e, especialmente, rubéola.

Cuidados

Mesmo que a criança não tenha passado por uma gestação com esses riscos, a avaliação precoce é fundamental, orienta a oftalmologista Dra. Virgínia Cury, especializada no atendimento de pacientes submetidos à cirurgia de catarata congênita. A primeira avaliação precisa ser feita em, no máximo, dois meses de vida. Mesmo que a criança não apresente nenhum problema, nos períodos de seis meses, um ano, um ano e meio de vida e dois anos, é importante manter a atenção aos olhos do bebê com consultas a um oftalmologista.

 

 

 

 

 

Fonte: http://www.correiodoestado.com.br