19 de Abr de 2024

Hoje, dia 14 de Novembro, comemora-se o Dia Mundial do Diabetes. A data chama a atenção para os crescentes números de diagnósticos da doença, que atualmente atinge cerca de 364 milhões de pessoas, no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que há entre 7 e 14 milhões de diabéticos, sendo que a maior parte deles não sabe que padece da enfermidade. “Esses pacientes são mais propensos a desenvolver patologias que podem causar grave perda de visão e mesmo cegueira”, alerta o Dr. Marcelo Valença, retinólogo do Instituto de Olhos do Recife e Presidente da Sociedade de Oftalmologia de Pernambuco (SOPE).

São as chamadas Doenças Oculares Diabéticas, que podem afetar diversas partes do olho, incluindo a retina, a mácula, o cristalino e o nervo óptico. Dentre elas, estão a Retinopatia Diabética, o Edema Macular Diabético, o Glaucoma e mesmo a Catarata. “Pessoas com diabetes devem fazer check ups regulares, porque a doença é uma das principais causas de perda visual irreversível e evitável em pacientes com idade produtiva”, destaca Valença.

Segundo o oftalmologista, sintomas como a diminuição súbita da visão, vista embaçada e qualquer mudança repentina, mesmo em quem usa óculos de grau, não devem ser negligenciados. “É importante que a população esteja alerta a qualquer alteração nos olhos, não se deve aguardar ou esperar passar. Deve-se procurar um hospital oftalmológico para fazer um mapeamento da retina, para que o especialista possa detectar qual é o problema e iniciar o tratamento adequado imediatamente”, orienta.

Retinopatia

A retinopatia diabética é uma doença dos vasos sanguíneos da retina, que se desenvolve em praticamente todos os pacientes com um longo histórico de diabetes. Trata-se de uma patologia grave, que deve ser diagnosticada e tratada a tempo. Seus primeiros sintomas são micro-aneurismas e hemorragias intra-retinianas. “Com o avanço da doença, pode surgir edema na retina, neovasos e até descolamento da retina, que provocam uma perda acentuada da visão e mesmo cegueira”, diz Valença.

As lesões decorrentes da retinopatia diabética podem ser tratadas através da fotocoagulação com laser e com uso de medicamentos intravítreos, que são drogas antiangiogênicas capazes de inibir a formação de vasos anormais. “Essa injeções intraoculares cuidam, principalmente, do edema macular diabético usando um procedimento relativamente simples”, explica o médico.

Algumas precauções podem ser tomadas para prevenir o aparecimento da retinopatia diabética. Realizar exame oftalmológico anual é a primeira delas, principalmente se for feito o mapeamento da retina ou fundoscopia (análise do fundo de olho). É importante também fazer o controle da glicemia, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da anemia. A prática de hábitos de vida saudável também favorece. “Controle de peso, dieta balanceada e atividade física colaboram na prevenção da enfermidade”, diz Valença.

Cirurgias

Quanto aos procedimentos cirúrgicos, o Laser de Argônio é usado para tratar o edema de retina e áreas de isquerias, prevenindo a progressão da doença. Outra intervenção é a cirurgia de vitrectomia, realizada em casos mais avançados, como hemorragias no vítreo (cavidade do olho) e descolamentos de retina. A história da perda visual causada por edema macular em pacientes diabéticos também tem sido consideravelmente modificada pelo uso do laser focal. Apesar das tecnologias para cirurgias terem se aprimorado, o avanço mais significativo vem acontecendo na indústria farmacológica.

 

 

 

 

Fonte: Assessoria de comunicação do Instituto de Olhos do Recife