A Degeneração Macular Relacionada à Idade é uma das principais causas da perda da visão após os 60 anos

No Dia Nacional da Saúde, comemorado neste sábado (5), a oftalmologista e retinóloga Dra. Luciana Valença, chama a atenção para o aumento de pacientes com Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). “A DMRI é a primeira causa de cegueira em pessoas acima dos 60-65 anos de idade, nos países desenvolvidos. O número de pessoas acometidas vem crescendo com os anos, provavelmente devido a uma maior sobrevida”, informa.

A Organização Mundial da Saúde estima que 3 milhões de pessoas no mundo são afetadas pela DMRI esxudativa, que é a forma mais grave, e responsável por 50% dos casos de cegueira, número que pode duplicar em 2020. Segundo a Dra. Luciana, a doença provoca cegueira irreversível pois atinge a mácula, que é a região central da retina, responsável pela melhor visão do olho, a visão de detalhes.

No início a DMRI pode causar leve desconforto e baixa visual central discreta. Com a progressão uma mancha escura se instala na região central e o idoso passa a ver imagens distorcidas, linhas irregulares. “Se um desses sintomas aparecem, o paciente deve procurar logo um oftalmologista, de preferência um retinólogo para avaliação detalhada e o início do tratamento deve ser  imediato”, alerta a médica.

Tipos

Existem duas formas de DMRI: a Seca ou atrófica ou geográfica que é a mais comum (90% dos casos). As lesões iniciais são facilmente detectáveis pelo especialista. Segundo a oftalmologista, essa forma é a menos grave, mas dependendo da extensão da lesão vai levar também a baixa importante da visão central. “Apesar de estudos exaustivos em todo o mundo, não existe ainda um tratamento eficaz para a DMRI seca”, comenta.

A segunda forma de DMRI é a Exsudativa, que é a menos comum, mas a mais grave. Acomete 10% dos pacientes. Se caracteriza pela presença de neovasos sub-retinianos (angiogenese ou neovascularização) que leva a um vazamento de sangue e fluido mais precisamente sob a mácula, provocando uma baixa visual central importante. “É uma mancha central nos casos avançados, que é angustiante para os pacientes”, explica a doutora.

Segundo ela, para esta forma exsudativa já existe tratamento, não curativo, mas que pode na maioria dos casos estabilizar a doença e mesmo melhorar a visão. “São as drogas chamadas anti-angiogênicas das quais as mais usadas são o ranibizumab (lucentis) e aflibecept (eylia). Estas drogas são injetadas dentro do olho”, relata.

Atualmente, existem muitas outras em estudo e que, no futuro, podem melhorar o resultado do tratamento. “Como eu disse estas drogas não são curativas. Elas podem reduzir a doença e melhorar a visão. Mas a grande maioria dos pacientes tem que fazer várias injeções, mensalmente ou mais, dependendo da evolução”, diz. Essas drogas vão atuar nos neovasos fazendo-os regredir e também diminuir a permeabilidade capilar, responsável pela presença de fluido sub-retiniano e intra-retiniano.

Cuidados especiais

De acordo com a Dra. Luciana, é importante evitar gordura, fazer dieta rica em peixes, verduras verdes, procurar ficar clinicamente bem controlado, não fumar, e tomar algumas drogas como vitaminas e antioxidantes. “Essencial também é usar óculos escuros com proteção para a luz ultravioleta (UVA e UVB). Além disso, devem-se fazer revisões frequentes com o oftalmologista retinólogo, principalmente nos casos mais complexos, que fazem tratamento”, reforça. De acordo com ela, dois exames devem ser feitos para controle, a angiofluioresceinografia e principalmente a tomografia de coerência óptica (OCT), realizada geralmente a cada 30 ou 60 dias.

Outros estudos importantes estão em evolução, como é o caso de tratamento genético. Para os casos mais graves existem estudos exaustivos com células tronco, implante de células do epitélio pigmentar. “Também existem chips para ser implantados na retina. Mas ainda são tratamentos a serem melhorados e estudados. Alguns pacientes necessitam de uso de lentes para visão sub-normal com lupas”, complementa.

 

 

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto de Olhos do Recife