Marque abril de 2022 no seu calendário. Segundo relata o portal Business Insider, é nessa data que Michael Abrash, o cientista-chefe da Oculus Research, do Facebook, aposta que os óculos futuristas, de “realidade aumentada” podem substituir o smartphone e se tornar o novo gadget sem o qual você não consegue viver.

A Oculus Research está trabalhando tanto em fones de ouvido de realidade virtual como em óculos de realidade aumentada. Abrash prevê óculos que se parecem com os óculos comuns de hoje – leves e elegantes – mas com o poder de melhorar a memória do usuário, fornecer tradução instantânea de línguas estrangeiras e sinais, silenciar conversas ou sons que estejam lhe distraindo e até mesmo medir a temperatura de um bebê com apenas uma olhada.

Ou seja: um super óculos. E a proposta não é que a pessoa que estejam usando um fique imersa em uma realidade virtual (RV) de um mundo separado. Os óculos propostos pela companhia sobrepõem informações virtuais no mundo real, um conceito chamado realidade aumentada (RA).

Primeiros passos

Naturalmente, grandes avanços na ciência dos materiais, na óptica e em telas ainda precisam ser realizados para que esses super óculos sejam possíveis, e isso ainda pode levar 10 ou 20 anos mais, explicou Abrash durante a conferência anual de desenvolvedores do Facebook, na última semana. “Dentro de 20 ou 30 anos, eu prevejo que, ao invés de carregar smartphones estilosos para todos os lugares, usaremos óculos estilosos. Estes óculos oferecerão RV, RA e tudo mais, e vamos usá-los o dia todo”, acredita.

Porém, o marco decisivo no qual os óculos de realidade aumentada se tornam bons o suficiente para ser um produto convencional viável e um produto comum pode não estar tão distante. Em apenas cinco anos, a RA poderia ter seu “momento Macintosh”, aposta Abrash, referindo-se aos famosos computadores da Apple lançados em 1984, que transformaram computadores pessoais em um fenômeno de mercado de massa.

“Apesar de toda a atenção focada em RA hoje, ainda serão necessários cinco anos, na melhor das hipóteses, antes de estarmos realmente no início da rampa para a difusão dos óculos baseados em realidade aumentada”, disse. “Mesmo quando estivermos nesta rampa, serão necessários muitos anos para compreendermos plenamente todo o potencial da RA, assim como levou décadas para que a computação orientada para o ser humano amadurecesse e alcançasse bilhões de pessoas”, disse ele.

Aposta ousada

Abrash está claramente tentando esclarecer a questão: o modelo final, de óculos de AR dignos de sci-fi, não estão tão perto assim. Mas ao declarar que o “momento Mac” pode acontecer em apenas cinco anos, o Facebook define um cronograma para o que muitos acreditam que poderia ser a próxima grande mudança de plataforma de computação.

O Mac foi o primeiro PC mainstream a apresentar a interface de usuário gráfica e o mouse, que agora são o padrão em computadores. Já existem alguns óculos AR hoje, mas eles são o equivalente à fase pré-Mac do PC. O Google Glass, uma das primeiras tentativas de alto nível em óculos inteligentes, acabou sendo uma furada devido a sua aparência desajeitada, mau desempenho e uma reação negativa às preocupações com a privacidade.

A Microsoft está trabalhando na Hololens, que tem um desempenho impressionante sobrepondo imagens holográficas no mundo real, mas as peças ainda são volumosas demais para serem usadas no cotidiano.

Todos estes esforços iniciais são a base necessária para chegar à fase seguinte e criar óculos que, nas palavras de Abrash, proporcionam uma realidade aumentada que “melhora a sua visão e audição sem problemas, que o torna mais inteligente e mais capaz, que é leve, confortável, elegante, tem bateria suficiente e é socialmente aceitável o suficiente para acompanhá-lo em qualquer lugar que você vá”.

E não faltam empresas de tecnologia ambiciosas e com dinheiro o suficiente, incluindo Snap, Magic Leap, Google e Microsoft, na corrida em busca do Macintosh dos óculos.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Portal Hypscience