O mapeamento da retina é um exame complementar, ou seja, não faz parte da consulta normal, em que todo o fundo do olho e suas estruturas são avaliados. O mapeamento da retina é feito com a utilização de um aparelho chamado oftalmoscópio indireto e com o auxílio de uma lente que o médico segura entre o olho e o aparelho, neutralizando o poder de refração da córnea e, assim, permitindo a visualização das estruturas internas. Devido à forte luz utilizada, mesmo em olhos com opacidades de meios, como os com catarata ou doenças da córnea, o exame é possível.
O mapeamento de retina é importante nos seguintes casos:
- Baixa visão não justificada pela falta de óculos adequados
- Quando, na consulta geral, for feita alguma queixa relacionada a alterações internas do olho
- Sempre em pacientes com mais de 50 anos de idade
- Quando são pacientes hipertensos, diabéticos ou com doenças reumatológicas, pois estes usam medicações consideradas tóxicas para a retina
- Periodicamente nos pacientes míopes. Isso porque, nestes casos, a retina é mais frágil, por causa do crescimento do olho que é maior do que o do não míope. Esse enfraquecimento favorece ao aparecimento de lesões periféricas que, quando não tratadas, podem levar ao descolamento da retina, doença que causa perda total da visão e necessita de tratamento cirúrgico.
Por que o mapeamento é importante?
Entre as estruturas internas do olho, encontramos a papila, que é o início do nervo óptico; a retina, que é responsável pela captação das imagens; vasos sanguíneos (veias e artérias) e a coroide, que é um tecido com vascularização intensa. O fundo do olho é o único local do corpo humano onde podemos examinar diretamente, sem invasão, nervos e vasos. Por esse motivo, é possível diagnosticar e avaliar a evolução de doenças sistêmicas, como hipertensão arterial, diabetes, doenças reumáticas, doenças neurológicas, doenças hematológicas, qualquer outra doença que resulte em alteração vascular, sanguínea ou nos nervos e, além dessas alterações, todas as outras doenças do próprio olho.
O nervo óptico pode estar alterado devido a glaucoma, inflamações, má formação e outras doenças. Os vasos podem apresentar alterações devido às doenças sistêmicas já citadas, além de tromboses (obstruções), inflamações, embolias e outras. A retina é a estrutura que maior número de alterações pode apresentar: isquemias, degenerações, inflamações, hemorragias, intoxicação medicamentosa, descolamento (quando se solta da parede interna do olho), tumores, buracos e outras alterações periféricas.
Quem deve fazer o mapeamento?
Todos os pacientes que serão submetidos a procedimento cirúrgico no olho. Além de poder diagnosticar várias doenças e acompanhar sua evolução, o exame e o tratamento precoce de alterações retinianas podem evitar a perda da visão por doenças já existentes e restabelecer a visão naqueles que já apresentam algum déficit visual.
Podemos realizar tratamentos preventivos que diminuem, significativamente, o aparecimento de doenças oculares. Como exemplo, temos as degenerações periféricas dos míopes. O tratamento com laser argônio consegue diminuir a incidência do descolamento da retina em, aproximadamente, 80% dos casos, ou seja, se, em um grupo de 10 pacientes que tiveram o descolamento da retina (espontâneo, sem trauma), todos tivessem realizado o tratamento preventivo, menos de dois pacientes teriam o descolamento da retina.
Frequência do exame
A frequência com que o mapeamento de retina deve ser realizado varia de acordo com a idade e a alteração que o paciente apresenta. Nosso médico irá nos orientar quanto à necessidade e à periodicidade do exame.
Nesse tipo de exame, é necessário acompanhante. Há dilatação da pupila e, por isso, não devemos dirigir em seguida. Não é necessário jejum. A duração é de 40 minutos em média, e o resultado é entregue na hora.
Fontes: Portal CBCO e Portal HOSB