A DMRI é mais comum em idosos
A DMRI é mais comum em idosos


O número de casos de degeneração macular relacionada à idade (DMRI) aumentará substancialmente nos Estados Unidos entre os anos de 2010 e 2050, à medida que a população envelhece, de acordo com os resultados de um modelo de simulação de futuras taxas de DMRI publicados no Archives of Ophthalmology. Contudo, o emprego de vitaminas antioxidantes e outras terapias novas pode reduzir o dano visual e a cegueira em até 35%, dizem os pesquisadores.

“Terapias profiláticas e tratamentos recém descobertos para DMRI oferecem melhora importante com relação às terapias anteriores, e podem potencialmente compensar algum grau de morbidade futura por esta condição”, escrevem David B. Rein, PhD, do Research Triangle Institute International em Research Triangle Park, Carolina do Norte, e colaboradores do Vision Health Cost-Effectiveness Study Group. “Se adotado amplamente, os novos tratamentos poderiam alterar o ônus da doença no futuro, adiando o início da DMRI avançada e diminuindo o impacto visual da neovascularização coroidal”.

Os pesquisadores simularam casos de DMRI precoce, neovascularização coroidal, atrofia geográfica e dano visual, e cegueira associada a DMRI, utilizando as 5 situações de tratamento: (1) ausência de tratamento, (2) laser focal e terapia fotodinâmica para neovascularização coroidal, (3) profilaxia com vitamina na DMRI precoce associada a laser focal / terapia fotodinâmica para neovascularização coroidal, (4) ausência de profilaxia com vitamina seguida por tratamento focal com laser para neovascularização coroidal extra e justa-foveal e tratamento com anti fator de crescimento vascular endotelial (anti-VEGF), (5) profilaxia com vitamina na DMRI precoce seguida por tratamento da neovascularização coroidal, como na situação 4. Nos esquemas de profilaxia com vitaminas, os pesquisadores supuseram que os pacientes foram tratados com o Age-Related Eye Disease Study (AREDS) – vitaminas anti-oxidantes recomendadas, associadas ao zinco.

O modelo de simulação baseou-se na escala simplificada do AREDS

No modelo, casos de DMRI precoce aumentaram de 9,1 milhões em 2010 para 17,8 milhões em 2050 através de em todos os cenários de tratamento. A utilização de vitaminas alterou o número de casos previstos para DMRI avançada, reduzindo o número de casos em aproximadamente 25% nos cenários de tratamento 3 e 5. Casos de dano visual e cegueira aumentaram de 620.000, em 2010, para 1,6 milhões, em 2050, na ausência de vitamina anti-oxidante e tratamento com anti- VEGF. Contudo, este número diminuiu em 2,4% no cenário 2, em 22% no cenário 3, em 16,9% no cenário 4 e em 34,5% no cenário 5.

O estudo apresenta algumas limitações, escrevem os autores. O modelo de simulação tenta utilizar dados atuais para prever resultados em um futuro distante, mas não leva em consideração mudanças nas tecnologias de tratamento que poderiam alterar a previsão de DMRI e suas consequências, e ele supõe que a incidência específica por idade da DMRI e sua progressão permanecerão constantes até 2050.

“Embora tenhamos tentado atenuar os efeitos de dados incertos utilizando análise de sensibilidade”, escrevem os autores, “como todas as previsões, estas deveriam ser tratadas como estimativas que contêm uma quantidade considerável de incertezas integradas”. Dr. Rein e seus colaboradores também alertam que pouco se sabe sobre a eficácia da terapia com anti-VEGF, além dos 24 meses observados nos estudos clínicos. Além disso, não foi demonstrada a capacidade deste fator de tratar outras formas de neovascularização coroidal que não a subfoveal. O modelo também supõe que há adesão completa às recomendações atuais para a utilização de vitaminas anti-oxidantes e terapia com anti-VEGF. A realidade é que pacientes utilizam estes tratamentos, provavelmente, em taxas substancialmente menores, observam os autores. Eles concluem que esforços para prevenção pública devem se concentrar no aumento do emprego de vitaminas anti-oxidantes em indivíduos com DMRI precoce. Tais esforços também devem ser direcionados para assegurar que estes pacientes utilizem doses corretas. O emprego aumentado de anti-VEGF, provavelmente, também reduz a morbidade pela neovascularização coroidal, embora ainda não se saiba a relação custo-benefício.

“Esforços adicionais devem ser realizados para tornar estes tratamentos amplamente disponíveis a pacientes com neovascularização coroidal, por um preço justo, tanto para o consumidor quanto para o fabricante”, concluem Dr. Rein e seus colaboradores.


Fonte: Medcenter