Exame que apresenta indícios de DMRI
Exame que apresenta indícios de DMRI

Embora pouco conhecida a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, das quais cinco milhões são brasileiros. "Trata-se da principal causa de perda irreversível da visão em pessoas com mais de 50 anos, no ocidente", alerta o oftalmologista Prof. Dr. Marcos Ávila, presidente do Centro Brasileiro de Cirurgia de Olhos, em Goiânia. Lesão na mácula, parte central e mais importante da retina, a patologia apresenta sintomas clássicos como visão embaçada, distorção da imagem ou mancha preta na visão central.

"Diferente da catarata, que também conduz à perda da visão, mas possui alternativas eficazes de tratamento, a DMRI não tem cura. O que temos hoje é a condição de minimizar as seqüelas, desde que o paciente seja diagnosticado em estágio inicial da doença", destaca Dr. Marcos. O retinólogo destaca ainda a necessidade da detecção quando apenas um olho está comprometido.

Seco ou Úmido

Os dois diferentes tipos de DMRI, seco e úmido, estão ligados ao envelhecimento. "O primeiro deles acomete 90% dos pacientes. Já o tipo úmido, embora menos frequente, é mais grave. Ele está relacionado à formação de neovasos sob a retina na área macular e causa hemorragias, podendo evoluir rapidamente para perda da visão", explica o especialista.

Para o tipo seco, são prescritos antioxidantes e vitaminas, que possuem capacidade de reduzir a progressão da doença, para as formas mais graves, em até 25%. No tipo úmido, utiliza-se a aplicação de um laser especial precedido de injeção venosa de substância fotossensível, chamada de terapia fotodinâmica (PDT). Outro tratamento disponível, mais recente e efetivo na maioria dos casos, é a injeção de antiangiogênico intra-ocular. "A escolha do tratamento depende de cada caso e, muitas vezes, o médico assistente lança mão de tratamento combinado. Prescrevemos também antioxidantes e vitaminas para diminuir o risco de progressão", descreve o oftalmologista.

No mundo, há pesquisas em andamento com o objetivo de estabelecer tratamento definitivo para a DMRI. Em Londres, está sendo testada, em laboratório com ratos e coelhos, técnica que envolve a utilização de células-tronco. A pesquisa baseia-se no implante de células indiferenciadas na retina, com o objetivo de reparar a região macular danificada. "Trata-se de uma das mais promissoras pesquisas, juntamente com estudos que avaliam o transplante de células retinianas e a terapia genética. Uma vez validada, trará inúmeros benefícios para a população, especialmente na terceira idade", afirma Dr.Marcos.

Enquanto a cura não está disponível, o melhor caminho é a detecção precoce. "A visita anual ao oftalmologista é a única forma de se verificar, em estágio inicial, possíveis alterações que venham a comprometer a visão e, consequentemente, a qualidade de vida. Pacientes que possuem histórico familiar de DMRI devem redobrar a atenção. Outras medidas importantes são: não fumar, manter-se dentro do peso considerável saudável, monitorar a pressão arterial e utilizar óculos escuros com bom filtro ultravioleta", conclui o médico.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa do CBCO