Alteração no tratamento pode agravar asma, insuficiência cardíaca e doenças pré-existentes nos olhos

Dois em cada 10 portadores de glaucoma trocam de colírio por conta própria. A maior expectativa de vida está aumentando o número de pessoas com glaucoma no Brasil. Só para se ter uma idéia, nos últimos cinco anos a quantidade de portadores saltou de 900 mil para 1 milhão. A maioria dos doentes tem aumento da pressão interna do olho.

Precisa usar continuamente colírios para evitar a morte de células do nervo óptico causada por esta elevação que leva à perda irrecuperável da visão. A boa notícia é que no Sistema Único de Saúde (SUS) e no programa "Farmácia de Alto Custo" os tratamentos para glaucoma são distribuídos gratuitamente. Já no
programa "Farmácia Popular" o governo subsidia até 90% da medicação.

As três iniciativas fizeram com que a distribuição de 11 mil frascos de colírio em 2003 passasse para 270 mil em 2009. Mesmo assim, de acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, a falta de adesão ao tratamento ainda é alta no País. "Dois em cada 10 pacientes inscritos nos programas do governo chegam ao consultório com a pressão intraocular descontrolada por troca de medicação", comenta. Isso porque, falta colírio nas farmácias de alto custo onde a variedade de ofertas é maior.

Nos outros dois programas o acesso é mais restrito. Só para se ter uma idéia, o médico destaca que 40% dos glaucomatosos utilizam mais de um tipo de colírio. Isso porque chegam à primeira consulta com a doença bastante avançada. Na falta da medicação prescrita pelo especialista os pacientes substituem o colírio por conta própria, acreditando que os efeitos são idênticos.

Não é bem assim. Dependendo do estágio da doença é necessário associar dois ou três colírios para conter a evolução. Além disso, o tratamento é prescrito de acordo com as características genéticas e metabólicas de cada pessoa. Por isso, a automedicação pode provocar efeitos colaterais insuportáveis.

Acesso aos colírios gratuitos e com desconto


O especialista diz que para ter acesso ao colírio distribuído pelo SUS é necessário apresentar receita dos serviços públicos com o nome do princípio ativo nos postos de saúde. No programa "Farmácia Popular" a prescrição pode ser feita por médico da rede particular e a receita deve ser apresentada pelo paciente em farmácia credenciada.

Para retirar a medicação no programa "Farmácia de Alto Custo" é necessário apresentar cópia do Cartão Nacional de Saúde que pode ser retirado no centro de saúde mais próximo da residência do requerente, laudo preenchido pelo médico, receita em duas vias, termo de consentimento do paciente, cópias do RG, CPF e comprovante de residência.

Os modelos tanto do laudo médico como do termo de consentimento encontram-se disponíveis nos sites das secretarias de saúde de cada cidade. A liberação da medicação pode demorar até 45 dias.






Fonte: LDC Comunicação